Monitoramento climático da Cooxupé revela instabilidade no mês de agosto, com alerta para déficit hídrico e perdas causadas por geada

O mês de agosto foi marcado por chuvas irregulares e mal distribuídas nas principais regiões produtoras de café acompanhadas pela Cooxupé.
Enquanto municípios do Sul de Minas, como Alpinópolis, Carmo do Rio Claro, Monte Santo de Minas e Nova Resende registraram volumes acima da média histórica, outros importantes polos produtores, como o Cerrado Mineiro, São Paulo e Matas de Minas, apresentaram precipitações abaixo da média ou até ausência de chuvas em algumas localidades.
Chuvas irregulares
Em Carmo do Rio Claro, no Sul de Minas, houve a maior intensidade pluviométrica, com 30,6 mm acumulados, o que contribuiu para a abertura de aproximadamente 45% da florada no parque cafeeiro do município.
Já nas áreas do Cerrado Mineiro, a situação foi distinta: além da escassez de chuvas, os municípios registraram déficit hídrico superior a 56,6 mm, com destaque para Coromandel, que apresentou o maior índice do mês, chegando a 71,3 mm.
Déficit hídrico e impacto no desenvolvimento
Apesar do volume acumulado em alguns municípios, não houve excedente hídrico em agosto.
Pelo contrário, os dados apontam déficit em todos os decêndios do mês, o que gerou estresse para as lavouras e maior gasto energético das plantas.
Esse cenário prejudica processos fundamentais como o desenvolvimento dos botões florais, diferenciação de gemas vegetativas para reprodutivas, crescimento de ramos e fixação de frutos.
A somatória desses fatores, somada à irregularidade das chuvas, também comprometeu o armazenamento de água no solo.
Em Coromandel, por exemplo, a capacidade de armazenamento ficou em apenas 3,1%, enquanto nenhum dos municípios monitorados superou 44,3% de sua capacidade total.
Temperaturas e amplitude térmica
As temperaturas médias ficaram próximas da média histórica, com exceção de Guaxupé, que registrou 1°C acima do esperado e a maior máxima do mês, com 34,4°C.
Já Cabo Verde teve a menor temperatura, chegando a 0,4°C. Todos os municípios monitorados registraram máximas acima de 28,2°C e mínimas abaixo de 11,1°C, o que evidencia grande amplitude térmica.
Esse fator preocupa porque altera o metabolismo das plantas, aumenta o consumo de energia e pode reduzir a disponibilidade de carboidratos, além de impactar o processo de divisão e diferenciação celular.
Geada no Cerrado Mineiro
Outro ponto de atenção em agosto foi o registro de geada no dia 11, que atingiu a região do Cerrado Mineiro com intensidades variadas.
Houve relatos de danos baixos, médios e altos, com perdas significativas para a safra de 2026. Em alguns casos, produtores terão que recorrer à poda das lavouras atingidas.
Recomendações técnicas
Diante do cenário climático e fitossanitário, a Cooxupé recomenda atenção redobrada às práticas de manejo.
O momento é de realizar pulverizações de pré e pós-florada para proteger os botões florais contra fungos e bactérias, mantendo o vigor das plantas.
Também é fundamental intensificar o manejo fitossanitário de pós-colheita, preparar as lavouras para a próxima florada e investir no manejo nutricional equilibrado, com base em análises químicas de solo para cada talhão.
Na página da Cooxupé estão disponíveis para consulta todos os dados coletados pelas estações meteorológicas da cooperativa.
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Por: Hub do Café
Chuvas irregulares e geada