Ciro Gomes suspende candidatura após PDT votar a favor da PEC dos Precatórios

21
0
COMPARTILHAR

O PDT contribuiu com 15 votos a favor da PEC, uma proposta defendida pelo governo Bolsonaro para viabilizar o Auxílio Brasil, que vai substituir o Bolsa Família

Por RENATO ALVES | O TEMPO BRASÍLIA

04/11/21 – 08h48

Ciro Gomes fez críticas aos votos da bancada do PDT a favor da PEC dos Precatórios
Foto: MIGUEL SCHINCARIOL / AFP

Por meio das redes sociais, Ciro Gomes anunciou que suspendeu a sua pré-candidatura à Presidência da República em 2022. O comunicado foi feito na manhã desta quinta-feira (4). O político do PDT disse que a decisão foi tomada em função da postura da bancada do partido durante votação da PEC dos Precatórios na Câmara, nesta madrugada. Ele disse não poder “compactuar com a farsa e os erros bolsonaristas”.

O PDT contribuiu com 15 votos a favor da PEC, uma proposta defendida pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido) para viabilizar o Auxílio Brasil, que vai substituir o Bolsa Família. Apenas seis deputados do PDT, de uma bancada de 24, votaram contra a proposta, que passou por uma margem de quatro votos a mais que o mínimo necessário, de 308.

“Há momentos em que a vida nos traz surpresas fortemente negativas e nos coloca graves desafios. É o que sinto, neste momento, ao deparar-me com a decisão de parte substantiva da bancada do PDT de apoiar a famigerada PEC dos Precatórios. A mim só me resta um caminho: deixar minha pré-candidatura em suspenso até que a bancada do meu partido reavalie sua posição. Temos um instrumento definitivo nas mãos, que é a votação em segundo turno, para reverter a decisão e voltarmos ao rumo certo”, escreveu Ciro em seu perfil no Twitter.

Ele afirmou ainda que “justiça social e defesa dos mais pobres não podem ser confundidas com corrupção, clientelismo grosseiro, erros administrativos graves, desvios de verba, calotes, quebra de contratos e com abalos ao arcabouço constitucional”.

O PDT foi convencido a votar a favor da PEC no fim da tarde da quarta-feira, quando pesou um acordo feito com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de que colocaria para votar um projeto de lei que destina aos professores 60% do que a categoria tem direito dessas dívidas, mas que será escalonada em três anos. Mesmo assim, os votos decisivos da bancada geraram bate-boca em plenário após a votação. Paulo Ramos (RJ), contrário à PEC, saiu gritando com André Figueiredo (CE), ex-líder da bancada.

Desde o fim da sessão, o partido começou a ser cobrado pela postura. Candidato do PT à Presidência em 2018, Fernando Haddad lembrou que, naquele ano, “três dos quatro candidatos do PDT a governador que foram para o segundo turno declararam voto no Bolsonaro”.

“Hoje (quarta-feira), o partido assinou um cheque de R$ 90 bilhões para viabilizar sua reeleição. Não sei se tem conserto. Estrago monumental”, escreveu no Twitter.

Transcrito do Jornal O TEMPO

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Campo obrigatório