Departamento Técnico da Cooxupé orienta produtores sobre a incidência da doença causada por fungo nas lavouras cafeeiras
A doença Cercosporiose, conhecida como mancha de olho pardo e causada pelo fungo Cercospora coffeicola, se comportou diferente após o início das chuvas em outubro de 2024. De antemão, apresenta-se com maior incidência nas lavouras cafeeiras conforme o Departamento Técnico da Cooxupé. Isto se deve a fatores climáticos, os quais comprometeram a fisiologia das plantas. Primordialmente, refere-se aos mais de 180 dias de estiagem em diversas regiões.
Todavia, vários motivos influenciam o ataque desta doença e o principal deles é o desequilíbrio nutricional. Desse modo, o longo período de estresse hídrico refletiu na absorção de nutrientes limitada pelas plantas. Principalmente nutrientes que dependem da água para absorção, como Ca, Mg e B. Assim, podemos afirmar que o crescimento de novas folhas e ramos comprometeu por deficiências de Ca e B, preferencialmente. Pois, estes são constituintes da parede celular do vegetal, que participam da formação de celulose hemicelulose e lignina, barreira mecânica natural dos vegetais. No entanto, vale salientar que cultivos irrigados possibilitam a absorção de nutrientes com maior eficiência, por isso, há menor incidência da doença nestes casos.
Cercosporiose
Ainda sobre desequilíbrio nutricional, solos com altos teores de K podem facilmente influenciar na incidência da cercosporiose, pois ambos competem pelo mesmo sítio de absorção. Porém, a relação adequada destas bases nos solos é 9:3:1 entre Ca:Mg:K, respectivamente.
Contudo, destaca-se a importância das recomendações fitossanitárias e nutricionais feitas por um técnico agrícola ou agrônomo. Isto é, mediante a interpretação de análises de solos, buscando o equilíbrio durante o fornecimento dos nutrientes. Aliás, uma maneira fácil e econômica de reduzir a incidência da cercosporiose é o manejo nutricional equilibrado.
Condições favoráveis
As condições ambientais favoráveis para o ataque da doença são temperaturas elevadas, molhamento folhar (germinação, infecção e esporulação dos esporos) e exposição ao sol. Dessa forma, pode-se notar que sua maior incidência prevalece na face do sol, devido à exposição. Entretanto, uma curiosidade é que a toxina cercosporina é ativada e produzida pela presença de luz, a qual causa danos à membrana celular do hospedeiro.
Sintomas e danos
Por outro lado, os sintomas característicos nas folhas são manchas circulares, com coloração castanho clara a escura. Ainda assim, centro branco-acinzentado, envolvido por um halo amarelado. Já nos frutos, manchas necróticas e deprimidas, com coloração marrom a negra, estendendo-se no sentido dos polos.
Contudo, os danos podem ser intensa desfolha, seca de ramos e queda precoce de frutos, prejudicando a qualidade do café.
Controle
Por fim, medidas gerais de controle vão manter a planta bem nutrida e o solo equilibrado, visto a grande influência da nutrição na ocorrência da doença. Nesse sentido, o controle químico deve ser adotado com produtos protetores e sistêmicos. Sobretudo, sendo feito conforme o monitoramento da lavoura e suas condições.
Afinal, alguns grupos químicos utilizados são: Estrubilurinas; Triazóis; benzimidazois, carboxamidas e cúpricos. Outro fator para salientar é a alternância dos ingredientes ativos, principalmente com Hidróxido de Cobre e Oxicloreto de Cobre. Nos quais auxiliam no controle preventivo da cercosporiose.
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Fonte: Hub do Café
Controle da Cercosporiose no café
