Projeto já existe há anos mas só agora vem sendo discutida com o governo estadual
A história da região da Alta Mogiana está diretamente ligada à história do café. Foram os cafezais que trouxeram desenvolvimento e impulsionaram a criação de cidades. Hoje, décadas e décadas depois, a cultura ainda é a motriz da nossa economia. Segundo a AMSC – Associação dos Cafés Especiais da Alta Mogiana, a região conta com mais de 5 mil produtores de café, com uma área plantada de mais de 120 mil hectares e uma produção média anual de 4,5 milhões de saca, mais de 70% dessa produção destinados à exportação. A região da Alta Mogiana é a segunda maior produtora de cafés do Brasil, abrangendo 16 municípios paulistas e sete em Minas Gerais.
Apesar da potência da região, o turismo rural nas fazendas produtoras de café ainda é pouco explorado. Somente 15 propriedades recebem hoje turistas para conhecer como é produzido seu café, seus diferenciais e sua história. Para mudar essa realidade e fortalecer o turismo rural, a AMSC, o Sindicato Rural de Franca e da região, a COCAPEC e ACIF se uniram para pedir às Secretarias Estaduais de Agricultura, Cultura e Economia Criativa, Desenvolvimento Econômico e Turismo a criação da Rota Turística do Café da Alta Mogiana. “Desde que fui secretária de Desenvolvimento em Franca, já vínhamos discutindo essa ideia. Começamos em 2017 os primeiros trabalhos, mas quando deixei a secretaria, essas iniciativas acabaram se perdendo. Agora estamos lutando junto ao governo estadual para conseguir a implantação da rota”, contou a produtora Flávia Lancha, que é diretora de Relações Institucionais da AMSC.
O primeiro passo dado pelos produtores foi apresentar o projeto na reunião da Coalizão Empresarial do Café com o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Jorge Lima, que aconteceu em junho. “Ele gostou muito da ideia e nos orientou sobre como conseguir apoio. Nos pediu alguns levantamentos e se comprometeu a ajudar no que for necessário”, disse Flávia.
Uma das sugestões do secretário foi procurar as Secretarias Estaduais de Agricultura, Turismo e Cultura para que elas também fizessem parte do projeto. Na última segunda, dia 11 de setembro, uma comitiva de Franca esteve na Secretaria de Turismo para uma reunião conjunta. Participaram do encontro a coordenadora estadual de Turismo, Ana Clemente; a diretora-técnica de Turismo, Christine Fucks; a assessora técnica de Turismo Karina Cunha e a assessora técnica da Secretaria de Agricultura, Adriana Verti, além dos diretores da AMSC Flávia Lancha, Milton Pucci e Fernando Rossato.
Foram duas horas de muita conversa e troca de ideias. “Foi uma reunião muito produtiva. Conseguimos o apoio que precisamos para estruturar a rota. Vamos construir um projeto conjunto com a assessoria do governo do Estado”, disse o diretor Milton Pucci.
Agora os produtores iniciaram um mapeamento das propriedades da região interessadas em fazer parte da rota turística. “Com esse levantamento, vamos ter um panorama mais concreto da nossa região e poder trabalhar mais direcionado”, disse Flávia Lancha.
O Instituto de Economia da ACIF também já começou um estudo sobre a cadeia cafeeira em Franca, para saber quantas empresas abrange, quanto movimenta, quais suas características e o que temos ligado ao café. A expectativa é que esses dados estejam compilados até o final de setembro. “Vamos esperar o mapeamento das fazendas e os dados econômicos para traçar como será a rota e começar a trabalhar com a capacitação de pessoal, treinamento e divulgação. Estamos muito felizes em poder ajudar neste projeto. O governo do Estado quer e vai investir no desenvolvimento do turismo rural no interior”, disse a coordenadora Ana Clemente.
MAIS UM APOIO
A diretora da AMSC, Flávia Lancha, também esteve reunida com o secretário-executivo da Cultura e de Economia Criativa, Marcelo Henrique Assis, para pedir o apoio e a ajuda da secretaria na implantação da rota do café. Marcelo adorou a ideia e colocou a secretaria para ajudar no que for necessário. Ele também disse que deve acionar o Museu do Café, que funciona em Santos, para colaborar com a construção da história e do desenvolvimento da cultura do café na nossa região.
O secretário também afirmou que vai buscar junto ao SEBRAE, SENAI e SENAR cursos de capacitação gratuitos para oferecer aos interessados em trabalhar com o turismo rural na nossa região.
Para os próximos meses, novas reuniões devem ser agendadas para a elaboração detalhada da Rota do Café e apresentação a grandes empresas de turismo.
Fonte: imprensaflavialancha@gmail.com