Dados do USDA mostram que a produtividade agro cresceu 3,75% no Brasil, abaixo apenas da China, com 4,41%
Desde os anos 2000, o Brasil lidera a produtividade agro no mundo em uma lista que tem 187 países.
É o que mostra um estudo do Economic Research Service, órgão do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em inglês).
De acordo com a pesquisa, o produto da agricultura brasileira cresceu, no período de 1961 a 2019, 3,75% ao ano. Ou seja, abaixo apenas da China com 4,41% a.a.
O produto inclui 162 lavouras, 30 tipos de produtos animais e insetos e oito produtos da aquicultura. Bem como os insumos, que são terra, trabalho, capital e materiais.
Brasil lidera produtividade agro
Por outro lado, quando a comparação é feita a partir dos anos mais recentes, 2000 a 2019, a produtividade da agropecuária brasileira aumentou 3,18% ao ano. Dessa forma, a maior taxa entre os países selecionados.
Conforme o estudo, diversos fatores explicam como o agro nacional chegou a tal patamar.
De acordo com o coordenador-geral de Avaliação de Políticas e Informação, da Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Mapa, José Gasques, nos últimos anos, o Brasil fez várias reformas no sistema de financiamento. Assim como aplicou política de preços, corte dos subsídios, seguro rural e outras medidas que impactaram na produtividade agropecuária.
“Entre elas, aumento de recursos. Com ênfase no crédito de investimento. Várias linhas de financiamento foram criadas para a agricultura comercial e familiar”, explica o pesquisador, que analisou os dados do USDA.
Entre 2000 e 2018, por exemplo, o volume de recursos para o crédito rural (custeio, investimento e comercialização) subiu 298% em valores reais. Os dados são do Banco Central.
Pesquisa
Investimentos em pesquisa também impactaram no ganho de produtividade. Bem como a adoção de práticas da agricultura de baixa emissão de carbono, como plantio direto e sistemas de integração entre lavouras, pecuária e florestas.
Há pesquisas que apontam que o plantio direto pode aumentar a produtividade de uma lavoura de milho em até 30%. “Esses sistemas trouxeram acentuados ganhos de produtividade da agricultura”, conclui.
A análise teve a participação da Secretaria de Política Agrícola do Mapa, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP), com uso de dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.
Extraído do Notícias da Cooxupé
Foto: G1 – Globo