Mesmo com mês mais curto e Carnaval, números ficaram ainda mais baixos que o esperado
Em meio às incertezas de oferta global de café e de muita volatilidade para os preços, os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicaram nesta quarta-feira (1) que o Brasil exportou 42% a menos de café em fevereiro, com embarque de 2.040 milhões de sacas. No mesmo período em 2022 o país embarcou 3.471 milhões de sacas.
O volume mais baixo já era esperado pelo mercado, considerando o mês mais curto e também o feriado de Carnaval. Ainda assim, o volume deve chamar atenção já ficou abaixo de 2.5 milhões de sacas. Em termos de receita, o valor no mês passado foi de US$ 434.301,7 contra US$ 828.171,6 registrado no ano passado.
O mercado de café vive um momento de muita volatilidade, com algumas sessões de oportunidades, mas de negócios travados. De um lado, existe a narrativa de que as estimativas de produção têm uma diferença muito grande, o que acaba gerando certa cautela por parte do comprador.
Enquanto do outro, o produtor também segue operando com cautela, apenas a medida que precisa fazer. As chuvas das últimas semanas levaram alívio nas principais áreas de produção do país, mas também levantaram preocupação em relação aos tratos culturais.
Segundo analistas ouvidos pelo Notícias Agrícolas, os números de embarque do Brasil, daqui pra frente, podem dar novo suporte de alta para os preços até, pelo menos, a entrada da safra brasileira no mercado. “Os números ficaram muito abaixo do esperado. Um horror para o Brasil e para o mundo”, pontuou Haroldo Bonfá.
Depois de três anos de muita irregularidade climática, mais do que nunca os olhos do mercado de café estão voltados para o Brasil. Após a seca prolongada e as geadas, o mercado espera uma recuperação em 2023.
Por aqui, há expectativa de uma recuperação nas áreas de arábica, mas o setor descarta uma produção recorde para o Brasil neste ciclo. As demais origens produtoras, como Colômbia, Honduras e até mesmo o Vietnã também enfrentaram problemas nos últimos anos, o que aumenta a preocupação com a oferta global de café.
Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas
Foto: Uai Agro