No dia 25 de setembro, em Nova York (EUA), durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), aconteceu uma conferência entre os países cafeicultores intitulada “Actions for a Sustainable Coffee Future”. Na ocasião, os participantes viram a necessidade de ajudar e sensibilizar a indústria para que haja melhor distribuição de renda na cadeia mundial, gerando receita digna aos produtores.
O Brasil contou com o representante do Ministério das Relações Exteriores, conselheiro Felipe Augusto Ramos de Alencar da Costa, lotado na Missão junto às Nações Unidas em Nova York, e da diretora da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), Vanusia Nogueira.
Em seu discurso, o presidente da Colômbia, Iván Duque, apontou que a cafeicultura é fonte de renda para 25 milhões de famílias que estão em estado preocupante, já que os preços pagos pelo produto final na xícara e o recebido pelos produtores são bem diferentes: os cafeicultores ficam com apenas 10% do valor total. Iván pediu para que sejam valorizados itens como qualidade, Denominação de Origem e cafés sombreados.
A Etiópia apresentou preocupações com as famílias cafeeiras, os baixos preços, volatilidade do mercado e mudanças climáticas, e orientou que o desafio e a meta da cadeia de valor sejam a sustentabilidade em seus pilares social, ambiental e econômico. O diretor do Centro de Desenvolvimento Sustentável do Instituto da Terra da Universidade de Columbia, professor Jeffrey Sachs, referenciou Brasil e Vietnã como modelos a serem seguidos, especialmente o brasileiro. Ele chamou a responsabilidade à indústria para fomentar a renda dos cafeicultores, permitindo que os pequenos produtores possam melhorar sua performance através de investimento em tecnologia.
Já os representantes dos governos da América Latina destacaram que é preciso valorizar a diversidade e os produtos únicos, além de trabalhar o processo de industrialização de propriedades. Sugeriram trabalho conjunto para construir uma proposta útil para regular o mercado, realçar que a cafeicultura é formada por pequenos produtores e, conforme colocação do presidente de Honduras, Juan Orlando Hernandez, sugeriram que seja analisada a possibilidade de uso do Fundo Verde para o Clima* (GCF, em inglês), que tem US$ 10 bilhões para apoio ao setor.
O vice-presidente da Indonésia, Jusuf Kalla, expôs que é necessário expandir mercado, encontrar formas para controlar os estoques nos países produtores, pôr em prática estudos feitos pela Organização Internacional do Café (OIC), principalmente sobre café e saúde para estimular o consumo, e buscar maneiras para estabelecer preço mínimo a pequenos produtores.
Para a diretora da BSCA, Vanusia Nogueira, são válidas as colocações dos representantes dos países produtores e o Brasil deve apoiar iniciativas que sensibilizem o segmento industrial para uma melhor distribuição de renda na cadeia. “É muito importante nossa participação nesses debates in loco para que o Brasil contribua com as ações que sejam viáveis de implantação e desenvolvimento em prol da cafeicultura mundial”, conclui.
Fonte: Café Point