FIEMG recebe a decisão do Banco Central do Brasil com preocupação e muitos questionamentos
A FIEMG recebe a decisão do Comitê de Política Monetária
(Copom), do Banco Central do Brasil, de elevar a taxa SELIC de 9,25% para
10,75% ao ano com preocupação e muitos questionamentos.
É notório que o ritmo acelerado de aumento da taxa SELIC
prejudicará a recuperação da economia brasileira. Vale a pena ponderar a efetividade
de uma política monetária tão restritiva para conter uma escalada de preços
influenciada por fatores pouco ou nada sensíveis ao aumento dos juros. Entre
eles, vale citar a desestruturação das cadeias globais de suprimentos, a
elevação de preços de commodities e a escassez hídrica.
Da mesma forma, há que se levar em consideração que os
principais indicadores recentes de atividade evidenciam uma perda de ímpeto da
atividade econômica. A taxa de desemprego segue em patamar historicamente
elevado (11,6%), assim como o nível de endividamento das famílias.
Isso posto, é interessante avaliar a abrangência do atual mandato do Banco Central. A estabilidade da moeda tem um papel crucial, especialmente em um país com tamanha desigualdade social. Em contrapartida, a estabilidade do emprego e da renda não deve ser desconsiderada na condução da política monetária, tal como ocorre em outros países, entre eles, os Estados Unidos.
Fonte: Jornalismo – FIEMG jornalismo@fiemg.com.br
Foto: O Globo