Para o presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, País ainda mantém reservas suficientes e chuva deve ajudar
A safra abundante de café em 2020-21 possibilitou o acúmulo de estoque dos grãos, apesar dos recentes problemas climáticos que afetaram os cafezais. Mas, o Brasil ainda tem reservas suficientes para garantir o abastecimento de café e saciar a demanda global. Essa afirmação é do presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, Nicolas Rueda, em entrevista à agência Bloomberg, repercutida no portal Money Times.
O Brasil é o maior produtor mundial de café e, apesar do abastecimento suficiente, segue impactado pelo gargalo da logística. Isso porque, traz dificuldades e onera os custos a toda a cadeia produtiva dessa commodity. E, consequentemente, ao escoamento dos grãos, com a infraestrutura precária do modal terrestre.
“Todo o processo logístico perdeu equilíbrio e para recuperar vai demorar um tempo”, disse Rueda à Bloomberg.
Segundo Rueda, ainda na entrevista, dificuldades de logística também atingem o transporte marítimo. Isso porque a escassez de contêineres atrapalhou as exportações do café no ano passado, mesmo com maior oferta de navios.
Mercado
A bolsa Ice Futures nos Estados Unidos monitora o armazenamento de café arábica pelos produtores brasileiros. Após dois anos de problemas climáticos e uma crise na cadeia de suprimento, devido à pandemia pela Covid-19, os contratos futuros do arábica saltaram para a maior cotação em uma década.
Os efeitos da alta de preços do café impactam diretamente no aumento do custo de vida em escala global. Uma consequência que não se limita ao café, mas também quando há elevação de preço de outras commodities do agronegócio.
De acordo com o último dado sobre a situação dos estoques brasileiros da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a projeção é de 13 milhões de sacas armazenadas.
Perspectiva
Segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA, a incidência de duas safras ruins consecutivas no Brasil pode manter os estoques do País perto do menor nível em décadas.
Em contrapartida, segundo Rueda, o tempo chuvoso tem elevado as perspectivas para uma melhor produção de café do tipo arábica desde o final do ano passado. Isso poderá permitir a recuperação dos cafezais e atenuar o impacto de secas e geadas recentes durante a formação dos grãos.
Fonte: Notícias da Cooxupé
