Patrocínio Paulista:- Um dia desses enquanto caminhava por um pequeno bosque da minha cidade apreciando o farfalhar das folhas das árvores, bem como o toque dourado de suas copas pelo sol, avistei ao longe um menino de mais ou menos oito anos de idade soltando pipa com o seu pai. Como sei que era o pai do garoto? Bem, o menino gritava animado:
— Pai! Papai! Olha como a pipa voa alto!
Então, não tenho dúvidas, era o pai do garoto.
Conforme me aproximava daquela cena pitoresca ficava nítida a alegria indescritível nos olhos daquela criança que se misturava com um largo sorriso em seu rosto. Suas mãos seguravam firme o carretel que prendia a linha esticada e praticamente invisível contra o vento intenso que soprava a pipa às alturas.
Como o capitão de um navio que mantém alinhado o seu leme para que com a força do vento em suas velas chegue ao seu destino, o menino elevava cada vez mais a pipa rumo ao céu azul e límpido. O que de fato o deixava empolgado.
De repente, o sorriso do menino se desfez e a alegria de seus olhos se apagou e, correndo ao encontro do pai disse com pesar:
— Pai! A linha arrebentou e a pipa foi embora. Perdi pai! Perdi a pipa! – dizia o garoto com lágrimas no olhar.
O pai sorri para o filho e responde:
— Está tudo bem meu filho! Podemos sempre fazer outra pipa, o que não podemos é perder o bom humor em relação aos acontecimentos da vida. Nossas escolhas sempre estão atreladas com conseqüências. Se você tivesse deixado a pipa a uma altura menor, talvez, ainda estivesse com ela. No entanto, não sentiria o entusiasmo em seu coração e jamais saberia a que altura a sua pipa seria capaz de alcançar.
O garoto balança a cabeça em concordância com o pai, como quem entende cada palavra que foi dita e em seguida diz:
— Amanhã tentarei de novo pai, vou levar a pipa para além das estrelas!