Colunistas | Camilla Barato de Melo | A Máfia das Mulheres

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Camilla Barato de Melo

 

Itirapuã:- Agora que passou o dia das Mães, faço uma analise profunda das noites em que cada uma das minhas filhas chegou, e sem que eu percebesse, uma máfia surgiu ao meu redor.

Acredito hoje que a “nova” mãe nem se dá conta da corrente que se entrelaça ao seu redor e do bebê. Quando eu cheguei no quarto uma força tarefa de pai, avós, tios e tias cuidavam e defendiam a mim, a Ana Lúcia e posteriormente a Maria Rita. Em êxtase eu seguia com os olhos minhas “crias” sem perceber o esquadrão a minha volta. Sem que eu precisasse pensar ou pedir, alguém estava lá pra abrir a mala, pegar a roupinha, chamar a enfermeira, pegar o bebê, vigiar meu banho, embalar um bebê resmungão. Quando cheguei em casa, ela estava limpa e cheirava comida caseira e caprichada, sempre havia uma MÃE de plantão sem dormir comigo, fazendo uma quitanda, um jantar, levando um frango, uma erva medicinal, uma roupinha de outro bebê que já não serve pra o dela mas serve para o meu, dando banho no bebê, fazendo chá, fervendo picão, lavando a roupa, passando, aparecendo sem aviso para o que der e vier… Ignorando nossos chiliques e pavores, consolando nossos medos… Uma verdadeira máfia de mulheres que passaram pela maternidade e tiveram outras mulheres ao seu redor e sabem a importância dessa “máfia” que nos circunda, e há também aquelas que um dia passarão por isso e ali estabelecem um vínculo do círculo de serviço de amor no momento que uma nova vida chega.

A cada novo parto a história se repete, e as “velhas” e “futuras” mães se revezam se apoiando e ajudando sem as vezes nem combinar ou planejar. Elas só estão ali, prontas e dispostas, noite após noite, hospital após hospital, parto após parto, levantando um muro de amor, compreensão e carinho, que nos fazem louvar a Deus o dom da maternidade e a existência de cada uma delas.

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