Um exemplo: em pouco mais de vinte anos a “Rua de Cima” – atual Pres. Vargas (!) – teve os seguintes nomes: Rua Quintino Bocaiuva, Rua Cel. Fabiano Soares, Rua Dr. Pedro Paulino da Costa e Rua Presidente Vargas. Um nome para cada cinco anos. Isso é que é pompa e prodigalidade!
Ah… se os administradores da cidade se lembrassem de melhoramentos nela todas as vezes que lhes ocorressem os rebatismos e as crismas…
Outras vias montessantenses jazem anônimas há muitos anos, simplesmente porque caíram das paredes das esquinas os retângulos metálicos com os nomes dos seus padrinhos. Eis uns testes para os bons filhos da terra: quem sabe o nome da Rua que a casa paroquial até a chácara do “seu” Laudelino? Mas eu sei, evocando as minhas gratas lembranças de infância: “Rua 15 de Junho” (Homenagem à Constituição Mineira de 1.891, a primeira da Republica). Qual o nome da rua que partindo do Jardim do Belém, vai até o campo de futebol diante da casa do “seu” Tranquilo? A memória de menino acode: “Rua João Pinheiro”. Qual o nome da Avenida que vai ao Cemitério? A imensa placa de madeira já foi tragada pelo tempo, mas eu guardei seus dizeres: “Avenida Vicente Carvalhais”.
Quem sabe o nome da Rua que partindo dos flancos da Cadeia, diretamente ao matadouro? Essa, conterrâneos meus se não lhe sabeis o nome, perdoai-me, que também não sei, senão o apelido que ojerizava os seus bons e pacientes moradores: “Rua do Cata-Osso’ ou “Rua do Sapo”.
Ora, não deixa de ser penosa uma situação dessas. Se os nossos vereadores não querem atacar os problemas mais importantes da vida do município, pois até agora só tem aprendido a opor o titulo adiante dos nomes, por que não resolvem fazer uma revisão cuidadosa de nossas vias públicas? Continua na próxima edição.
Pesquisa: Maria Zelia
Matéria do Professor Carrato, transcrito do Jornal Nova Era, de 21 de agosto de 1948.