Paiva Netto
“Eis que Jesus vem com as nuvens, e todos os olhos O contemplarão, até mesmo os daqueles que O traspassaram. E todas as nações da Terra se lamentarão sobre Ele. Sim. Amém” (Apocalipse, 1:7).
O que expressa o fato de vir Jesus sobre as nuvens, além do entendimento literal aqui descrito? Exprime que, quando Ele voltar, todas as coisas Lhe devem ser devolvidas, não somente a Religião, mas também a Política, a Filosofia, a Ciência, a Economia, a Arte, o Esporte e tudo o mais, porque estes foram talentos que o Senhor da Seara deixou com Seus servidores de forma que os multiplicassem, enquanto Ele saía numa viagem. Na volta, concedeu a cada um de acordo com as obras de cada um: aos que cumpriram seus compromissos, o prêmio da honra; aos que os desprezaram, a sanção correspondente (A Parábola dos Talentos — Evangelho de Jesus, segundo Mateus, 25:14 a 30). Na Seara de Deus não pode prosperar o crime da impunidade, que a tantos malefícios tem arrastado povos inteiros.
“Eis que Jesus vem com as nuvens”, quer dizer, vem no Alto, para onde nós, qualquer que seja nossa crença, ou descrença, devemos elevar todas essas coisas que têm sido conspurcadas pelo escárnio de alguns, para receberem a Sua iluminação. É tempo de a humanidade olhar para cima.
Jesus vindo sobre as nuvens significa ainda que Ele retorna na plenitude de Sua Força Moral, da Sua Autoridade, da Sua Grandeza. Somente Ele pode limpar as mentes de todas as criações do pensamento desgovernado, para que possam brilhar, iluminando-nos com a parte divina da Religião, da Política, da Ciência, da Filosofia, da Economia, da Arte, do Esporte e o que mais o seja. Eis a Política de Deus: mostrar que na Bíblia Sagrada, desde o primeiro livro do Pentateuco mosaico até o Apocalipse, existem realidades que são luzes para nós, conquanto analisadas de acordo com o alertamento do Apóstolo Paulo: “As coisas espirituais têm de ser discernidas espiritualmente” (Primeira Epístola aos Coríntios, 2:14).
“Eis que Jesus vem com as nuvens, e todos os olhos O contemplarão” (Apocalipse, 1:7), isto é, vem elevar a Religião, a Ciência, a Política, a Filosofia, a Arte, a Economia, o Esporte e tudo mais a essa iluminação que desce do Alto, trazida por Ele na Sua Volta magnífica, literal ou espiritualmente realizada.
“E todos os olhos O contemplarão”, nenhum olho estará apagado, impedido de perceber a claridade do Cristo a refletir-se sobre todas essas áreas do saber nascidas do gênio humano e que, ao mesmo tempo, sofreram também a mácula da parte de Babilônia que infelizmente as criaturas ainda têm cultivado pelos séculos. Então, quando realmente todos se dispuserem a viver sob essa Claridade Celeste, a política humana deixará de ser coisa tenebrosa. As crenças libertar-se-ão dessa parte de Babilônia que integra tudo aquilo em que o homem mete a mão. A Economia deixará de ser essa mundial babel que o povo não entende, porque tem sido assim no mundo: multidões abandonadas, em favor da fartura de um ou outro grupo, de uma ou outra nação.
“Jesus é o Sol da Caridade”, ensinava Alziro Zarur (1914-1979), saudoso proclamador da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, e eu completo: E por ser divino, não provoca sombras.
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José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com
Volta de Jesus: Iluminação