Até novembro deste ano, 20 mulheres foram vítimas de feminicídio. Destes casos, 14 homens foram presos, três tiraram a própria vida e um está foragido.
Um levantamento apontou que 20 mulheres morreram pelo crime de feminicídio no Sul de Minas somente em 2024. Especialistas comentam alterações na Lei Maria da Penha e apontam estratégias para evitar o crime.
O levantamento feito pela produção da EPTV também apontou que, dos casos de feminicídio na região, 14 homens foram presos, três tiraram a própria vida e um está foragido.
A presidente da Comissão de Enfrentamento à Violência Domestica da OAB de Vaginha, Luciane Ferreira e Souza, lembra que as alterações na Lei Maria da Penha, feitas em outubro deste ano, tornaram as punições mais severas.
“Para se ter uma ideia, o crime de ameaça hoje é uma ação penal incondicionada que pode ser aplicada até em dobro às penas. Então, feminicídio, hoje, é de 20 a 40 anos”, explica.
A coordenadora do Grupo de Pesquisas de Gênero da Unifal, Fernanda Onuma explica que é possível notar sinais sutis de violência.
“A gente nunca começa uma relação violenta já num tapa numa agressão física. Ela vai crescendo aos poucos, né? Dentro do que a gente chama de ciclo de violência. Então começa com uma violência aparentemente sutil, moral, psicológica, de dizer, ‘acho que você não é tão inteligente assim’, ‘nossa, como você tá feia, não gosto do jeito que você se veste’”, explica.
A coordenadora também reforça a necessidade de expandir a discussão do tema não só entre as mulheres, mas, principalmente, com os homens.
“As mulheres que precisam denunciar, as mulheres que precisam reconhecer ciclos de violência, mas a gente não é uma sociedade formada só por mulheres”, defende.
A cada cinco brasileiras, uma é ameaçada de morte
O levantamento de um instituto de pesquisa em parceria com o Ministério das Mulheres apontou que a cada cinco brasileiras, uma já foi ameaçada de morte pelo atual parceiro ou ex-companheiro.
Este levantamento também mostra que 21% das mulheres já foram ameaçadas de morte por companheiros ou ex-parceiros. No entanto, seis em cada dez pessoas conhecem uma vítima que passou por esse risco.
Somente 30% dessas mulheres chegaram a prestar queixa à polícia e 17% delas recorreram a uma medida protetiva.
“A medida protetiva é uma prevenção de que aquele agressor vá se aproximar a ela, mas ela também tem que ter suas cautelas. Essa medida vai dar para ele um afastamento de 100 metros daquela vítima, se ele já é reincidente, 200 metros e ela vai se manter”, explica a advogada Luciane Ferreira e Souza.
Uma forma de conseguir ajuda é ligar para a polícia por meio dos telefones 190 ou 181.
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Por: g1.globo.com
Feminicídio no Sul de Minas