Agronegócio atravessará instabilidade e 2024 será ano de transformação

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No cenário global e no cenário doméstico, setor vai sair dessa, como atravessou outros cenários incertos no passado

Por Flávio Belluomini Cotrin

Flávio Belluomini Cotrin – Diretor de Marketing e Área Técnica da BRANDT Brasil

A população ocupada no agronegócio brasileiro atingiu um novo recorde no terceiro trimestre de 2023. Somando, assim, 28,5 milhões de pessoas. Ou seja, 14% a mais que no ano anterior, segundo dados divulgados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Isso em colaboração com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). De acordo com o levantamento, esse número representa 26,8% do total de ocupações no país. Entretanto, o agronegócio atravessará instabilidade e 2024 será um ano de transformação.

Transformação

Neste sentido, é notável que o agronegócio brasileiro vem em uma espiral de crescimento e inovação constante. Porém, esse movimento não é recente. Há pelo menos cinco décadas que o setor vem se firmando como o principal motor da nossa economia. E, desde já, com um número cada vez maior de pessoas ocupando cargos estratégicos. Portanto, o que reflete nos números da balança comercial do segmento.

Por outro lado, as exportações brasileiras bateram recorde em 2023. Atingindo, a princípio, US$ 166,55 bilhões, 4,8% a mais que em 2022. De antemão, o que representa um aumento de US$ 7,68 bilhões.

De acordo com a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o desempenho foi influenciado pela quantidade embarcada.

Força do setor

Considerando-se os fatores climáticos que impactaram negativamente os resultados, há de se reconhecer que o cenário registrado é animador. Afinal, revela a força do agronegócio brasileiro. E, além disso, reforça a importância do aprimoramento contínuo e dos investimentos que são feitos ao longo dos anos.

Acima de tudo, o segmento foi responsável, em 2023, por 49% da pauta exportadora total brasileira. No ano anterior, pois, a participação foi de 47,5%. Isso só mostra o esforço que o setor tem feito para se reinventar. E, primordialmente, continuar buscando a diminuição dos custos na produção de alimentos e fibras. Isso enquanto se aproxima da produção sustentável por meio de soluções. Como, por exemplo, bioinsumos e biotecnologias, que estão cada vez mais presentes nas lavouras.

Papel fundamental

Em primeiro lugar, a agricultura brasileira se destaca como uma força vital no cenário global de produção e exportação de alimentos e fibras. Desempenhando, primordialmente, um papel fundamental no fornecimento não apenas para o mercado doméstico. Mas também para o mercado internacional.

Sobretudo, essa posição, que inclui a liderança em muitas culturas, traz consigo não apenas oportunidades. Entretanto, também uma grande responsabilidade na cadeia do agronegócio mundial.

Novas tecnologias

Neste cenário, além de novas práticas que otimizam o aproveitamento do investimento em defensivos, como os adjuvantes e práticas relacionadas à tecnologia de aplicação, tem crescido o uso de novas tecnologias. Antes de mais nada, para o controle de pragas e para melhor absorção e translocação de nutrientes e saúde de plantas. O que tem provocado um avanço na utilização de bioinsumos, biosoluções agrícolas e biotecnologias. Isto é, fruto de investimentos em pesquisa e desenvolvimento de soluções tão eficientes quanto os produtos químicos, mas com menor ou nenhum impacto ambiental.

Do mesmo modo, com essas ferramentas que vem agregando tanto a nossa cultura, de janeiro a março de 2024, as exportações brasileiras do agronegócio somaram US$ 37,44 bilhões. Em suma, um recorde para o período. Representando, assim, um crescimento de 4,4% em relação aos US$ 35,85 bilhões exportados entre janeiro e março de 2023.

Aliás, os dados são da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (SCRI/Mapa).

Exportação

Em síntese, esse aumento reflete a expansão na quantidade embarcada, uma vez que o índice de volume exportado aumentou 14,6%. Ou seja, compensando a queda no índice de preços, que foi de 8,8%.

Definitivamente, o agronegócio representou 47,8% das vendas externas totais do Brasil no período. Dessa forma, um pouco acima dos 47,3% observados no primeiro trimestre de 2023. Mesmo devido aos desafios climáticos provocados por El Niño e La Niña, entre outros fatores, a participação na balança comercial brasileira deverá se manter em destaque. Em outras palavras, o que é bastante positivo. Trata-se de um momento de relativa instabilidade, porém pontual.

Impacto

Imediatamente, podemos defender a ideia de que o agronegócio, no cenário global e no cenário doméstico, vai sair dessa instabilidade mais uma vez. Nesse sentido, como atravessou outros cenários incertos no passado.

Logo, a expectativa para 2024, mesmo impactada pelas razões recentes explicitadas anteriormente, é que seja mais um ano de transformação. Analogamente, como vem sendo os últimos anos no setor.

Nós, da BRANDT Brasil, vemos uma corrida pela transformação em diversos segmentos. Sendo assim: bioinsumos, biotecnologia, explosão de startups com soluções inovadoras, aquisições, investimentos etc.

E, nesse contexto de transformação, vislumbramos diversas oportunidades de investimentos. Além do aprofundamento em questões como ESG, agricultura regenerativa, mercado de carbono, entre outras.

Em suma, devemos seguir otimistas. E entender o nosso papel como responsáveis por contribuir para a superação dos desafios e o avanço do setor. Como resultado, isso se faz com trabalho e investimento e não com oportunismo. Por isso, precisamos apostar em P&D e na boa relação com os produtores rurais. Entendendo, por fim, suas dores e necessidades, já que eles são os principais responsáveis por fazer essa roda girar.

Extraído do hub do café

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