Policiais de MG estão insatisfeitos com deputados da bancada: ‘oportunismo’

43
0
COMPARTILHAR

Durante manifestação pela recomposição inflacionária do salário, policiais civis, militares e penais cobraram atuação dos deputados estaduais eleitos sob a bandeira da segurança pública

Por Mariana Cavalcanti

Policiais civis, militares e penais criticaram atuação dos deputados estaduais na defesa dos direitos dos servidores das forças de segurança de Minas Gerais — Foto: Fred Magno | O TEMPO

Policiais civis, militares e penais de Minas Gerais não estão satisfeitos com a atuação dos deputados estaduais que usam a bandeira da segurança pública na Assembleia Legislativa. Durante manifestação na última quinta-feira (22), que cobrava do governo Estadual a recomposição inflacionária do salário da categoria, os servidores chamaram muitos políticos que vieram das forças de segurança de “oportunistas”. 

A exceção foi o deputado estadual Sargento Rodrigues (PL), que, inclusive, esteve presente durante o protesto. Cristiano Caporezzo (PL) também participou da caminhada pelo centro de Belo Horizonte e fez cobranças ao governo de Minas Gerais. Mas, enquanto foi poupado das críticas por alguns, também sofreu acusações de outros, que pediram um posicionamento mais contundente no Legislativo. 

Conforme apurou a coluna Aparte, a sensação de muitos servidores é de abandono. Os deputados mais citados foram Coronel Sandro (PL), Delegada Sheila (PL) e Delegado Christiano Xavier (PSD), que fazem parte da base do governo na Assembleia Legislativa. Em conversa com a coluna, muitos policiais afirmaram acreditar que esses deputados têm “medo” de se posicionar contra o governo e, por isso, não batem de frente, a favor dos interesses das forças de segurança. 

“Não adianta ter delegado ou coronel no nome de urna, se não se posiciona com a categoria”, “quando cobrados, eles dizem que não fazem parte da categoria”, “quem possui patente ou cargos de alta hierarquia é ouvido, mas nós da linha de frente fomos esquecidos”. Essas foram algumas das reclamações ouvidas pela reportagem durante o protesto.
 
Aline Risi, que é diretora da Mulher do Sindicato dos Escrivães de Minas Gerais (Sindep-MG) e diretora da Mulher da Confederação Brasileira dos Trabalhadores Policiais e Serviços (Cobrapol), reforçou que os servidores têm cobrado uma participação mais ativa da Assembleia Legislativa.

“Infelizmente, nossos deputados não nos representam, inclusive nem estão aqui na nossa manifestação. A gente sempre tenta, a gente sempre cobra, mas infelizmente a gente não tem condição de fazer mais do que cobrar. Vai do caráter e também da responsabilidade de cada deputado em saber que ele foi eleito também por policiais que são eleitores. Eu gostaria até de pedir aos deputados que são da bancada, principalmente da Polícia Civil, que participem também, que cobrem do governo”.

Deputados se posicionam

Em resposta à coluna, a deputada Delegada Sheila afirmou que considera justo o pleito da segurança pública e apoia a demanda, mas que não compareceu à manifestação porque acredita que “não traria resultados efetivos nesse momento”.

“Sou delegada de polícia, de carreira licenciada. Tenho interesse pessoal, inclusive nessa pauta. Tenho trabalhado todos os dias com o governo do Estado ou seus representantes sobre a necessidade de uma recomposição salarial justa e pautas específicas, como o retorno da tramitação da Lei Orgânica da Polícia Civil, apresentada pelo próprio governo em 2021 e que hoje está arquivada na FFO (Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária), em decorrência do término da legislatura passada, e o pagamento de abono alimentação para todos os policiais da ativa, em especial da Polícia Civil. Como precisamos de vários fatores reunidos para conseguirmos nossos pleitos, e o principal deles é a vontade política do governo do Estado, prefiro continuar trabalhando internamente através do convencimento”, esclareceu. 

Os deputados Coronel Sandro e Delegado Christiano Xavier também foram procurados pela coluna, mas até o momento não retornaram. Esse espaço continua aberto para os posicionamentos.

Extraído do Jornal O TEMPO 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Campo obrigatório