Imunizantes Qdenga chegaram ao estado na manhã desta quinta-feira (22/2)
Minas Gerais
recebeu, nesta quinta-feira (22/2), o primeiro lote de vacinas contra a dengue,
Qdenga. São 78.790 doses para iniciar a imunização dos mineiros de 10 e 11
anos.
Os imunizantes chegaram à Central Estadual da Rede de Frio e serão distribuídos
a 22 municípios das Unidades Regionais de Saúde de Belo Horizonte e de Coronel
Fabriciano/Timóteo.
As regiões de saúde selecionadas atendem a três critérios, definidos pelo
Ministério da Saúde, seguindo as recomendações da Câmara Técnica de
Assessoramento em Imunização e da Organização Mundial de Saúde: possuem pelo
menos um município de grande porte, ou seja, com mais de 100 mil habitantes,
com alta transmissão de dengue registrada no último período sazonal, e com
maior predominância do sorotipo DENV-2.
Dos municípios que receberão a vacina, nove são da região de Saúde de Coronel
Fabriciano/Timóteo (Coronel Fabriciano, Timóteo, Pingo D’água, Antônio Dias,
Marliéria, Santa Maria de Itabira, Jaguaraçu, Dionísio e Córrego Novo).
Outros 13 são da região de Saúde de Belo Horizonte/Nova Lima Caeté (Belo
Horizonte, Ribeirão das Neves, Sabará, Santa Luzia, Nova Lima, Caeté, Rio
Acima, Jaboticatubas, Raposos, Belo Vale, Moeda, Nova União e Taquaraçu de
Minas).
O secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti
alerta que, apesar do início do processo de imunização, durante este período de
alta transmissão, é necessário manter outros cuidados contra a dengue.
“Minas Gerais começa a gerenciar a vacinação, com a primeira dose, das crianças
de 10 e 11. Posteriormente serão vacinadas aquelas com 12, 13 e 14 anos. Mas é
importante esclarecer que as vacinas são uma estratégia de proteção de médio e
longo prazo. Para o momento crítico que estamos vivendo, ainda é necessário
investir em outros cuidados, como não deixar água parada e procurar as unidades
de saúde ao menor sinal de dengue”, salienta o secretário.
Para prevenir a
proliferação do mosquito causador da dengue e chikungunya, é fundamental a
adoção de ações de proteção coletiva, como remoção de locais onde há acúmulo de
água e eliminação de criadouros de mosquitos, além do tamponamento de caixas
d’água e realização da limpeza das calhas.
Para a proteção individual contra a picada do mosquito, recomenda-se o uso de
repelente, inclusive por pessoas com sintomas ou já diagnosticadas com dengue
ou chikungunya, uma vez que o mosquito pode se infectar ao picá-la e transmitir
a doença para outros indivíduos.
Em caso de sinais e sintomas como febre alta, dor de cabeça e/ou atrás dos
olhos, dor no corpo, náusea ou dores abdominais, a SES-MG recomenda a busca
pelo atendimento médico nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), que são a porta de
entrada para que os pacientes recebam o tratamento devido, no tempo oportuno.
Reunião entre gestores
Nessa quarta-feira (21/2), no Auditório JK da Cidade Administrativa de Minas
Gerais, a 304ª Reunião Ordinária da Comissão Intergestores Bipartite (CIB)
abordou o cenário epidemiológico das arboviroses no estado. A reunião foi
realizada entre os gestores municipais e a SES-MG.
Fábio Baccheretti destacou a urgência em concentrar esforços na prevenção de
óbitos por dengue e chikungunya, ressaltando a importância da colaboração da
população e a organização do sistema de saúde.
“Quero lembrar que evitar mortes por arboviroses deve ser o ponto central
para todos nós. A prevenção continua como um esforço coletivo e depende de toda
a população”, ressaltou.
“Um dos problemas é quando o paciente está por volta do quinto dia com a dengue
e começa a sentir, por exemplo, dores abdominais. Isso é sinal de que ele está
entrando em choque. Então não devemos só nos preocupar com o atendimento
imediato do paciente, mas também termos essa sensibilidade para esse retorno.
As mortes por dengue são evitáveis e o que nos cabe é organizar o sistema de
saúde da melhor maneira possível”, comentou Baccheretti.
O subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Prosdoscimi,
apresentou um panorama das arboviroses, destacando que, embora a letalidade
esteja relativamente baixa em comparação com anos anteriores, o número de casos
merece atenção.
“Já em relação à chikungunya, as regiões Central e Vale do Aço são aquelas
que apresentam maior número de casos, ao contrário do que verificamos ano
passado, em que as regiões Norte e Nordeste tiveram maior incidência”,
apontou.
Segundo dados disponíveis no Painel de
Monitoramento de Casos de Arborviroses, até 22/2, Minas Gerais registrou
268.903 casos prováveis de dengue. Desse total, 93.059 foram confirmados para a
doença.
Até o momento, há 36 óbitos confirmados por dengue no estado e 155 estão em
investigação.
Em relação à febre chikungunya, foram registrados 29.864 casos prováveis da
doença, dos quais 19.256 foram confirmados. Até o momento, cinco óbitos foram
confirmados por chikungunya em Minas Gerais e 20 estão em investigação.
Eduardo Prosdoscimi informou que a SES-MG tem fortalecido as capacitações das
equipes, tanto no nível central quanto regional, e destinou recursos
financeiros significativos para enfrentar as arboviroses.
“Somente em fevereiro, repassamos R$ 32 milhões a todos os municípios, tendo em
vista esse cenário bastante complexo. Também neste mês tivemos uma qualificação
presencial sobre manejo clínico de pacientes, com mais de 500
participantes”, ressaltou.
Foto: Fabio Marchetto/SES-MG