Rumo a um futuro sustentável e inovador, a cafeicultura global se prepara para uma série de mudanças e avanços significativos
Por Redação
À medida que adentramos o novo ano, a cafeicultura global se prepara para uma série de mudanças e avanços significativos. Nesse sentido, a Revista Cafeicultura listou 10 tendências para o café que poderão moldar o cenário em 2024. Assim, direcionando não apenas a produção e consumo, mas também a responsabilidade social e ambiental.
Tendências para o café
Antes de mais nada, a publicação buscou listar não somente temas que são caros a quem está dentro da porteira, que são os cafeicultores e técnicos. Ou seja, trouxe uma agenda que impacta desde quem trabalha no campo até o barista que serve uma xícara em Pequim.
Confira, a seguir, as 10 tendências para o café neste ano.
1. Governança eficiente
Em primeiro lugar, a busca por uma governança sólida e transparente dentro da cadeia de produção do café torna-se crucial neste momento que vivemos. Afinal, estamos em um ano de definições no acordo Due Diligence na União Europeia, como também em um ano Pré-COP 30, que será no Brasil. Visando, portanto, impulsionar a sustentabilidade e equidade em todas as etapas da cadeia.
Falando em Brasil, a maturidade entre as entidades que lideram nossa cafeicultura precisa, definitivamente, avançar. Para que tenhamos uma agenda comum, integrando produção exportação e indústria. E, ainda, acessando recursos de forma conjunta.
2. Agricultura regenerativa
Acima de tudo, produtores estão cada vez mais adotando práticas de agricultura regenerativa. Visando não apenas a produção de café, mas a restauração e conservação dos ecossistemas locais.
Dessa forma, isso deve ser encarado como uma agenda muito positiva, onde a indústria deve estimular os cafeicultores a aderirem. Afinal, a agricultura regenerativa trata de sustentabilidade real, de técnicas agronômicas sustentáveis. E não somente de um mero cumprimento de protocolos para atender de supply chain.
3. Inteligência Artificial
A princípio, o uso de tecnologias avançadas, como inteligência artificial, poderá revolucionar a maneira como o café é cultivado. Do mesmo modo, aumentando eficiência, qualidade e sustentabilidade.
Nos resta saber, entretanto, qual será o nível de adesão dos produtores e trabalhadores. Além do quanto a pesquisa e a infraestrutura tecnológica conseguirão acompanhar, assim como a transformação digital necessária que começa passando pela capacitação.
4. Desglobalização
Primordialmente, o movimento em direção a uma produção e consumo mais localizados está ganhando força. Aliás, com ênfase na valorização dos produtores regionais e redução da dependência de cadeias globais.
Isso é nítido, à primeira vista, quando olhamos para movimentos na Ásia de aumento da produção na Índia, Tailândia, China, Vietnã. Onde o consumo aumenta e onde devem residir as maiores oportunidades de crescimento de consumo nos próximos anos.
Em outras palavras, onde também reside a dúvida do quanto nós do Ocidente iremos participar deste crescimento frente a este movimento de desglobalização.
5. Intercooperação
De antemão, cooperativas de produtores estão se unindo mais do que nunca. Frequentemente, compartilhando conhecimento e recursos para enfrentar desafios comuns e promover o crescimento sustentável.
6. Controle da origem
A rastreabilidade do café, com informações detalhadas sobre sua origem e processo de produção, torna-se um diferencial. Ou seja, impulsionando a confiança dos consumidores, especialmente neste momento de Due Dilligence na Europa.
Agora, o Brasil tem mais uma enorme oportunidade, pois tem um grande movimento das Indicações Geográficas acontecendo.
7. Arábica X Robusta
Desde já, a diferenciação entre as espécies de café, como arábica e robusta, não se limita apenas ao sabor. Porém, reflete demandas específicas de mercado.
Sob o mesmo ponto de vista, temos observado um grande avanço no canephora (robusta e conillon) em frentes como qualidade e produtividade, assim como também no arábica.
O espaço existe para os dois. Entretanto, o que deverá ampliar será a segmentação assim como a diversificação por parte da indústria.
8. Adaptação ao clima
Diante das mudanças climáticas, pois, a adaptação se torna crucial, com investimentos em técnicas e variedades resistentes a condições climáticas extremas.
Em síntese, poderemos observar ainda efeitos migratórios, que poderão ser mitigados com tecnologia, mudança no manejo. Além da conscientização dos produtores de que é necessário promover adaptações.
9. Marca Brasil
O Brasil continua a ser, definitivamente, um destaque na produção mundial de café. Não apenas em quantidade, mas também em qualidade, consolidando sua marca como referência global.
Logo, essa consolidação deve passar por uma nova estratégia, que traduza o momento atual do Brasil. Assim, que seja forte o suficiente para engajar todos os segmentos, tendo uma narrativa moderna e atual, baseada nos pilares qualidade, sustentabilidade e origem.
10. Ascensão das plataformas digitais
O comércio on-line e as plataformas digitais de café, principalmente neste ano em sustentabilidade, estão transformando a forma como os consumidores interagem com o produto. Neste sentido, oferecendo conveniência e acesso a uma variedade de opções.
Em 2024, pois, a cafeicultura mundial se dirige para um futuro empolgante, impulsionado por inovação, sustentabilidade e uma mentalidade colaborativa. Estas tendências para o café não apenas moldarão o mercado, como contribuirão para um setor mais ético, responsável e resiliente.
Extraído do hub do café