Dados alfandegários revelam que importações de café em grão no país quase dobraram, atingindo 125 mil toneladas no ano passado
Por Redação
Marcas de café chinesas estão traçando uma rota global em busca de grãos para atender à demanda doméstica em constante crescimento. À medida que os apreciadores de café na China buscam sabores diferenciados e maior qualidade, o mercado se transforma rapidamente. Conforme publicou o Portal Exame.
Piao Zhongxiong, gerente-geral da Borong, uma empresa de comércio sediada em Xangai dedicada à compra, venda e distribuição de grãos de café, observou. “As necessidades de café doméstico estão em ascensão. E os consumidores estão em busca de sabores mais diferenciados e maior qualidade”, ressalta.
Café na China
Primeiramente, dados alfandegários revelam que as importações de café em grão na China quase dobraram. Atingindo, assim, 125 mil toneladas no ano passado em comparação a 2017. Isso com o valor das importações aumentando em impressionantes 150%. Portanto, atingindo a marca de US$ 1,1 bilhão.
Recentemente, Piao Zhongxiong embarcou em uma missão à Colômbia em busca dos melhores grãos de café. Nesse sentido, ele estabeleceu parcerias com cinco fazendas locais e assinou acordos exclusivos de fornecimento para alguns produtos locais. Ou seja, solidificando a crescente conexão entre a China e as regiões produtoras de café.
Essa mudança é significativa, visto que o país asiático, anteriormente conhecido como exportador de café, enfrenta um déficit no mercado do grão há seis anos consecutivos. Isso de acordo com um relatório do Departamento de Agricultura e Assuntos Rurais da província de Yunnan.
Principais clientes
Do mesmo modo, a região de Yunnan é um dos principais polos produtores de café na China. Desde já, contando entre seus principais clientes com gigantes como Starbucks, Nescafé e Luckin Coffee. Em 2021, pois, a província de Yunnan produziu cerca de 108,7 mil toneladas de grãos de café em uma área de plantio de aproximadamente 93 mil hectares.
Embora anteriormente dominado por marcas estrangeiras, como a Starbucks, o mercado de café chinês testemunha um impulso notável de marcas locais. Incluindo a Luckin e a Manner, que aceleram seu desenvolvimento para conquistar uma parcela cada vez maior do mercado.
De antemão, no segundo trimestre deste ano, a receita da Luckin cresceu 88% em relação ao ano anterior. Superando, pela primeira vez, a receita da Starbucks. Entretanto, o gigante americano de café registrou receita de US$ 822 milhões nos três meses encerrados em 2 de julho, na China. Representando, dessa forma, aumento de 51% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Estratégias
Enquanto as marcas chinesas avançam, as estrangeiras introduzem novos produtos e estratégias para atrair mais clientes chineses. A Starbucks, por exemplo, anunciou em setembro do ano passado que planeja expandir seu número de lojas de café na China em quase 40%. Assim, chegando a um total de 9 mil até 2025.
Já a Costa Coffee, outra rede estrangeira, também almeja crescer. Em primeiro lugar, abrirá novas lojas nos próximos anos. Com o objetivo de ultrapassar a marca de mil unidades, comparadas às atuais 450.
Por outro lado, a cadeia canadense de cafeterias, Tim Hortons, entrou no mercado chinês em 2019. Atualmente, já opera mais de 700 lojas no país asiático. E tem planos ambiciosos para chegar a 2,75 mil unidades até 2026, de acordo com Cater Xia, diretor de Operações da Tim Hortons China.
Em desenvolvimento
Apesar desses avanços, o mercado de café na China ainda está em desenvolvimento. De acordo com o relatório do governo de Yunnan, o país foi o sétimo maior consumidor do grão no mundo no ano passado. Acima de tudo, com mais de 280 mil toneladas consumidas, um aumento de 14,3% em relação ao ano anterior.
No entanto, a nação asiática ainda está atrás de líderes globais. Como a União Europeia, os Estados Unidos e o Brasil, onde consomem anualmente mais de 1 milhão de tonelada de café.
Em suma, a jornada da China para se tornar um grande consumidor de café está em pleno andamento. E, em conclusão, a indústria cafeeira no país continua a ser um campo fértil para oportunidades de crescimento.
Extraído do hub do café