Novos serviços devem ajudar no atendimento de saúde mental em São Sebastião do Paraíso; entenda como vão funcionar

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Já o Hospital Psiquiátrico Gedor Silveira, que pode fechar devido um déficit financeiro de R$ 300 mil, deve ter “nova vocação”, segundo Secretário Estadual de Saúde.

São Sebastião do Paraíso inaugura novos serviços públicos

São Sebastião do Paraíso (MG) inaugurou nesta segunda-feira (20) quatro novos serviços públicos de Saúde. As unidades devem facilitar o atendimento de saúde mental para pacientes da região, inclusive em relação ao Hospital Psiquiátrico Gedor Silveira – que corre risco de fechar e deve ser redirecionado para uma “nova vocação”, conforme Secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti.

As inaugurações foram da Unidade de Saúde da Família do bairro Rosentina, a Residência Terapêutica, o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) AD III e Laboratório Municipal. Uma dessas obras chegou a ficar parada por cerca de 8 anos, causando transtornos a moradores da região.

Serviços de saúde são inaugurados em São Sebastião do Paraíso; entenda como vão funcionar — Foto: Reprodução / EPTV

A cerimônia de inauguração aconteceu no Teatro Municipal Sebastião Furlan, na Praça dos Imigrantes com a presença do Secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti.

“Essa nova UBS ela realmente muda toda essa comunidade. […] Esse Caps III, que é uma referência para toda essa região, vai ter esse atendimento ambulatorial com psiquiatras, psicólogos, uma equipe treinada e também podendo ter até internações em 24 horas, caso necessário. As residências terapêuticas para conseguir desinstitucionalizar pessoas que desde a sua infância, às vezes, foram jogadas em hospitais psiquiátricos e precisam, sim, ter a oportunidade de conviver. E um novo laboratório que vai poder dar um tempo de diagnóstico mais rápido para os pacientes da região”, afirma Baccheretti.

Conforme o secretário, os novos centros de atenção psicossocial e a residência terapêutica podem desempenhar um papel crucial na reorganização do cuidado em saúde mental na região. Ele enfatizou a importância de uma abordagem mais ampla, priorizando a reintegração de pessoas com doença mental ao convívio social.

“A gente acredita na promoção de saúde como a melhor estratégia para evitar a gente parar de correr atrás apenas de doença. […] A gente acredita muito que a melhor forma de tratar alguém com doença mental é tratá-lo perto da sua família, do seu vínculo social”, afirma.

Hospital Psiquiátrico Gedor Silveira

Diante do risco de fechamento do Hospital Psiquiátrico Gedor Silveira, em São Sebastião do Paraíso, Baccheretti afirmou que o Estado está empenhado em buscar soluções viáveis para manter o hospital aberto. O déficit mensal chega a R$ 300 mil por mês.

Os problemas na Fundação Gedor Silveira se arrastam há mais de 1 ano. Manter a instituição em funcionamento tem sido um desafio para a administração. Mesmo com a possibilidade de fechar as portas por estar com as contas no vermelho, a unidade continuava recebendo pacientes para internação.

O objetivo é garantir uma sobrevida a instituição enquanto se implementa uma rede robusta que possa absorver a maior parte dos pacientes, reservando os leitos de saúde mental para casos mais graves.

Hospital Psiquiátrico Gedor Silveira pode fechar as portas por falta de dinheiro em São Sebastião do Paraíso — Foto: Reprodução EPTV

“Fizemos reuniões junto com o provedor do Gedor [Silveira], que é vinculado à Santa Casa, com os municípios aqui da região. Amanhã teremos, em Belo Horizonte, um acordo com o Ministério Público para dar sobrevida. […] Então, uma organização e planejamento que está sendo feito para que a gente consiga ter, dentro do Gedor, um novo revocacionamento, um hospital mais sustentável, com a sua expertise também em saúde mental, mas vinculado às novas políticas existentes, tanto nacional e estadual, pela luta anti-manicomial”, afirmou.

Conforme o secretário, tem se tornado necessário “encontrar uma nova vocação para o hospital”, alinhada às demandas crescentes da região.

“A saída viável é manter este hospital aberto, esse esforço dos municípios inicialmente, mas achar uma nova vocação, porque a Santa Casa, onde é vinculada o Gedor, está crescendo no leito de queimados, crescendo na neurocirurgia, ele vai precisar de novos leitos clínicos como transição de cuidado. E a nossa expectativa junto com o Ministério Público é que o Gedor continue tendo alguns leitos de saúde mental utilizados para aqueles pacientes que precisam, ou seja, não vão precisar de tantos leitos, e o restante dos leitos sejam revocacionados para tratamento de cuidados de transição, pós-AVC, pós-cirurgias e pacientes clínicos, para que a gente consiga dar sustentabilidade para o hospital. Porque hoje os hospitais sempre psiquiátricos, não tem sustentabilidade dentro do SUS”.

Extraído do g1 Sul de Minas EPTV

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