Sessão é suspensa na Assembleia Legislativa de MG após novas ameaças contra deputadas

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Líderes da Casa se reuniram para debater o assunto. Deputadas Beatriz Cerqueira (PT), Bella Gonçalves (PSOL) e Lohanna França (PV) têm sido alvos constantes de ataques on-line.

Por Rafaela Mansur, g1 Minas 

Deputados Ulysses Gomes (PT), Lohanna França (PV) e Bella Gonçalves (PSOL) em sessão nesta quarta-feira (25) na ALMG — Foto: Luiz Santana/ ALMG

A sessão extraordinária da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) foi suspensa por aproximadamente 40 minutos nesta quarta-feira (25) para que os líderes da Casa se reunissem para discutir as constantes ameaças sofridas por deputadas nos últimos meses.

As parlamentares Beatriz Cerqueira (PT), Bella Gonçalves (PSOL) e Lohanna França (PV) têm sido alvos de ataques on-line e recebido ameaças de morte e estupro por e-mail.

O pedido de suspensão dos trabalhos foi feito pelo líder da oposição na ALMG, deputado Ulysses Gomes (PT).

“Elas têm sofrido ameaças permanentes que têm inviabilizado o dia a dia da vida particular e pessoal de cada uma delas e, obviamente, a atividade política. […] Se o único instrumento legislativo, que é obstruir, puder ajudar a Casa a se mobilizar para proteger parlamentares, para levar à sociedade um recado de que a Assembleia está preocupada com esse tipo de ação e de ameaças e não vai se calar, vai ser uma medida que nós vamos adotar”, afirmou Gomes, no início da sessão.

Ele também criticou a “exploração política dos fatos”. Nesta terça-feira (24), o deputado Caporezzo (PL) publicou um vídeo nas redes sociais em que reprova a escolta policial de Bella Gonçalves.

A deputada disse que recebeu uma nova ameaça após a postagem do parlamentar.

“Não vamos tolerar esse tipo de violência política e também de divulgação de fake news. Eu defendo as polícias, inclusive muito mais do que outros deputados da Casa. Nós temos projetos de proteção às mulheres, e é por isso que temos que ter condições de exercermos nosso mandatos sem sermos ameaçadas”, falou Bella.

O g1 procurou Caporezzo, que afirmou que fez a denúncia nas redes sociais porque a deputada estava com escolta da Polícia Militar em um bar.

“Se ela quer fazer isso, ela pague do bolso dela segurança privada, e não utilize um recurso público que ela tenta impedir a população de bem a utilizar, porque ela é contra arma de fogo para mulher se defender”.

‘Medidas enérgicas’

Ao acatar o pedido de suspensão da sessão, o presidente da ALMG, deputado Tadeu Martins Leite (MDB), disse que qualquer ameaça a deputadas é “uma ameaça ao parlamento e à sociedade mineira”.

“Nós tomaremos, com certeza, medidas enérgicas para que isso não aconteça, não só para a proteção das deputadas, que estão infelizmente sob ameaça e escolta nesse momento, mas também para que exageros não aconteçam dentro dessa Casa”, disse.

Em setembro, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a Polícia Civil e a Polícia Militar criaram uma força-tarefa com a ALMG para investigar as ameaças sofridas pelas deputadas.

No mesmo mês, um homem suspeito de envolvimento no crime foi alvo de uma operação em Pirapora, no Norte de Minas. Em residências do investigado, foram apreendidos celulares, computadores, HDs, pen drives e anotações, além de munições e equipamentos para fabricação de armas caseiras.

Em nota, o MPMG afirmou que “tem se dedicado intensamente à investigação conjunta” das ameaças e que a deflagração das próximas etapas está sendo organizada.

“Trata-se de investigação complexa, que envolve crimes praticados com técnicas para dificultar a identificação e organizados em ‘chans’ e fóruns da chamada dark web. Demanda, portanto, a utilização de técnicas e programas especializados, ordens judiciais e análise de grande quantidade de dados por profissionais capacitados”, disse o Ministério Público.

Extraído do g1 Minas

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