Monte Santo:- O prefeito Paulo Gornati ocupou a Tribuna da Câmara Municipal na abertura da primeira sessão ordinária do legislativo neste ano de 2018, sob a presidência do vereador Jean Lucas Biaggio (Jean Pandão).
O prefeito parabenizou a nova Mesa Diretora da Câmara Municipal e aproveitou para apresentar números e ações de sua administração em 2017, e também se enveredou pelos caminhos da união e parceria entre o Executivo e o Legislativo.
Assim como fez durante a entrevista que concedeu no final do ano passado ao radialista Guto Giacomelli, da Rádio Independência FM, o prefeito Paulo Gornati em sua fala na Tribuna da Câmara “dourou a pílula” a seu bel prazer. Mostrou números e ações favoráveis, mas não discursou sobre a real situação do município que tem uma grande maioria da população reclamando da má gestão do prefeito. São várias as reclamações pelas redes sociais e, aliás, parece que reclamar através das redes sociais conseguem efeitos. Pelo menos foi o que aconteceu com um morador do Jardim 1º de Maio que gravou um áudio reclamando sobre o descaso da Prefeitura com o seu bairro, e depois de alguns dias com o áudio “bombando” nas redes sociais, o Departamento de Obras da Prefeitura iniciou todo tipo de trabalho necessário para a recuperação das ruas do bairro. Surtiu efeito e o prefeito “acordou”.
O prefeito também aproveitou para “alfinetar” o legislativo quando disse que “a Câmara devolveu R$500 mil, mas gastou R$1.498.000,00”, uma tentativa de demonstrar que a devolução não tivera qualquer importância, mas, por outro lado, enaltecendo o alto valor que a Câmara gastou no ano passado. “É dinheiro público”, disse. Ainda, dentro de sua atitude truculenta, acusou os vereadores de não terem fiscalizado as obras de asfaltamento do Jardim 1º de Maio e Novo Mundo cujos asfaltos, segundo o prefeito “é uma casquinha de ovo”. “Essa sim é a função do legislativo, fiscalizar melhor”, disparou. Pra começar, quando as ruas desses bairros foram asfaltadas os vereadores eram outros, como também o prefeito era outro. Paulo Gornati também jogou por terra a finalidade democrática e política das siglas partidárias quando disse que “nós só precisamos da sigla partidária para se eleger apenas isso, para administrar não”. Ora, existe em cada partido político toda uma história, um programa e um planejamento de governo que, aliás, não se aplica na atual administração municipal. “A gente se conhece, não estou aqui para fazer politicagem, política eleitoreira, política barata, estou aqui para fazer política de resultados”, bradou em alta voz como se fosse o mais competente administrador público. Como dizia aquele filosofo: “retóricas são retóricas”.
O prefeito também aproveitou para atacar aqueles que são críticos de sua administração. “Critica construtiva adoro, critica negativa é para destruir, critica negativa é ferramenta dos incompetentes”, disse. A resposta sobre este posicionamento do prefeito veio logo em seguida através do vereador Paulo Rubens, quando fez uso da palavra durante a Tribuna Livre. “A primeira frase que quero dizer em todas as sessões: Pobre da cidade que não tem oposição e vou repetir principalmente para seis vereadores aqui. Pobre da cidade que não tem oposição. Sabe por quê? A oposição correta e honesta ela é de utilidade até para o senhor prefeito. A gente fiscaliza as coisas que não estão sendo feitas e reclamamos das coisas que estão sendo mal feitas, a gente procura fiscalizar tudo que está de errado, pois seria muito cômodo para o relacionamento de 11 pessoas maravilhosamente bem, apesar de algumas coisas estarem erradas e todos calarem. Então, isso é muito cômodo para o Executivo. Este tipo de oposição que nós estamos fazendo, principalmente eu que sou um critico da administração, quero dizer o seguinte que nunca um projeto foi reprovado, aliás, todos foram aprovados por 11 a zero. Veja bem, essa é uma oposição sadia e saudável, agora quando as coisas que não estão sendo feitas é nossa obrigação mostrar”, asseverou.
Paulo Gornati falou ainda sobre a dificuldade que está encontrando para iniciar o funcionamento da Usina de Asfalto. A usina precisará de uma licença ambiental para funcionar e, segundo o prefeito, somente agora que fora feito o pedido para tal licença. Com isso, ainda segundo Paulo Gornati, “somente em abril a usina poderá funcionar”. Mais uma vez, ora, se a intenção era adquirir uma Usina de Asfalto, porque não verificou antes todas as necessidades legais para colocá-la em funcionamento e somente após efetuar a compra? Assim, as ruas continuarão esburacadas ou, então, tapadas com bloquetes e areia.
O prefeito encerrou sua fala conclamando a união entre o Executivo e o Legislativo. “Temos que dar exemplo à sociedade, a coisa se constrói com união”.
