Comissão debaterá agenda do Estatuto de Igualdade Racial de Minas Gerais e celebrará Dia Internacional das Mulheres Negras
A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realiza na próxima terça-feira (18/7/23), a partir das 14 horas, no Auditório José Alencar, audiência pública para debater a situação da mulher negra dentro da estrutura sociopolítica, econômica e cultural do Estado por ocasião da realização da 11ª edição do Julho das Pretas.
O requerimento para realização da reunião é das deputadas Ana Paula Siqueira (Rede), Andréia de Jesus (PT), Leninha (PT) e Macaé Evaristo (PT). A reunião acontece também em homenagem ao Dia Internacional da Mulher Negra, Afro, Latino-Americana, Caribenha e Brasileira, comemorado no dia 25 de julho, e para planejamento da agenda do Estatuto de Igualdade Racial de Minas Gerais.
O Julho das Pretas é uma ação de incidência política e agenda conjunta e propositiva com organizações e movimento de mulheres negras do Brasil, voltada para o fortalecimento da ação política coletiva e autônoma das mulheres negras nas diversas esferas da sociedade.
A ação foi criada em 2013, pelo Instituto da Mulher Negra (Odara), e celebra o 25 de Julho, Dia Internacional da Mulher Negra, Afro, Latina Americana e Caribenha.
Foram convidadas a participar do debate a promotora de justiça do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, Ana Gabriela Brito Melo Rocha; a defensora pública e presidente do Conselho Consultivo da Associação das Defensoras e dos Defensores Públicos de Minas Gerais, Marolinta Dutra; e a liderança do Quilombo Riacho da Cruz, em Januária (Norte), Neuza Neri Santos, dentre outras.
Superação das desigualdades de gênero e raça
O Julho das Pretas todos os anos traz temas importantes e necessários relacionados à superação das desigualdades de gênero e raça, colocando a pauta e agenda política das mulheres negras em evidência.
Com o tema Mulheres Negras em Marcha por Reparação e Bem Viver, a agenda coletiva da 11ª edição do Julho das Pretas contará com 446 atividades realizadas por 230 organizações de mulheres negras em 20 estados brasileiros e no Distrito Federal.
O tema que norteia as ações do Julho das Pretas em 2023 faz referência à construção da 2ª Marcha Nacional das Mulheres Negras, que acontecerá em 2025; ao debate sobre reparação histórica para a população negra; e ao Bem Viver, paradigma que orienta a ação de grande parte dos movimentos de mulheres negras no Brasil, desde o processo de mobilização para a Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver, que aconteceu em novembro de 2015, em Brasília.
O Instituto da Mulher Negra (Odara) é uma organização negra feminista, centrada no legado africano, sediada em Salvador, na Bahia. O Instituto surgiu em 2010 com o compromisso de atuar pelo fortalecimento da autonomia e garantia de direitos das mulheres negras, e pelo enfrentamento às violências raciais e de gênero.
O Instituto mantém diálogos e parcerias com organizações de mulheres negras da Região Nordeste, do Brasil e da América Latina. A instituição defende que a luta por liberdade e emancipação do povo preto e a construção de uma sociedade de Bem Viver precisa acontecer de maneira transnacional.