Formação de grupo com 20 parlamentares foi comunicada em Plenário nesta terça (7); novos deputados se apresentaram na reunião.
O bloco de oposição ao Governo do Estado foi formalmente constituído na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A comunicação foi feita durante a Reunião Ordinária de Plenário realizada nesta terça-feira (7/2/22). O bloco oposicionista tem 20 parlamentares e será liderado pelo deputado Ulysses Gomes (PT).
O PT, que tem a maior bancada desta legislatura, com 12 deputados, é uma das representações partidárias que compõem esse bloco. O grupo terá ainda quatro parlamentares do PV, dois da Rede, um do Psol e um do PCdoB. Essas legendas disputaram as últimas eleições agrupadas em duas federações partidárias: FE Brasil (PT-PCdoB-PV) e Psol-Rede.
Novos deputados se apresentam
Seis novos parlamentares que tomaram posse em 1º de fevereiro e exercem o primeiro mandato nesta 20ª Legislatura usaram a tribuna do Plenário para se apresentar e divulgar suas bandeiras e compromissos. Entre os assuntos abordados, reivindicações de melhorias da malha rodoviária, a importância da representatividade dos parlamentos e do fortalecimento da democracia e a defesa de valores familiares.
Além de discorrer sobre sua trajetória como professor e empresário nos segmentos de educação e de hotelaria, o deputado Oscar Teixeira (PP) defendeu o recapeamento da BR-122, no trecho que passa pelo Norte de Minas e que, segundo ele, é “a espinha dorsal da região”. As más condições da rodovia e de outras estradas regionais têm trazido prejuízos econômicos, especialmente para o transporte de produtos.
O deputado Adriano Alvarenga (PP) também lamentou a má conservação das estradas, destacando o trecho de 195 quilômetros da BR-262 entre João Monlevade (Região Central) e Martins Soares (Zona da Mata). Os buracos, de acordo com o deputado, além de afetar a economia regional, representam risco para quem precisa transitar pela rodovia. Ele ainda defendeu apoio ao agronegócio e mais autonomia para os municípios mineiros.
O deputado Leleco Pimentel (PT) criticou a atuação do governador reeleito, Romeu Zema, que, em sua opinião, não construiu no primeiro mandato política social eficiente e deixou de pagar o piso nacional dos professores e cumprir comandos constitucionais como os mínimos de investimentos em educação e saúde. O deputado afirmou, ainda, que o País e Minas Gerais precisam se mobilizar para defender a democracia e evitar retrocessos, especialmente após os atos golpistas do dia 8 de janeiro em Brasília.
O deputado Bruno Engler (PL), em aparte, disse que ninguém defende o vandalismo ou depredação do patrimônio público, mas considerou curioso que o presidente Lula tenha colocado sigilo sobre as imagens integrais feitas pelas câmeras internas do Palácio do Planalto.
Mulheres parlamentares exaltam representatividade
Três deputadas de primeiro mandato exaltaram, em seus discursos, a importância do aumento da representatividade feminina no parlamento. Uma delas foi a deputada Lohanna (PV). Ela também elogiou os diferentes blocos da última legislatura e as negociações das lideranças para a eleição do atual presidente Tadeu Martins Leite (MDB). A jovem deputada considerou que a escolha foi a melhor dentro da atual conjuntura política que demanda estabelecer uma pauta mínima de consenso. “Podemos dissentir sem agredir e nos contrapor sem provocar”, ponderou.
Ao defender a importância da estrutura familiar, a deputada Lud Falcão (Pode) disse que vai defender em seu mandato os valores fortes, inquestionáveis e inegociáveis que a levaram à eleição. Primeira mulher a ser eleita para o parlamento mineiro pelo Alto Paranaíba, a deputada se comprometeu a trabalhar para transformar a parte do mundo que pode, por meio da política.
A deputada Macaé Evaristo (PT) exaltou a representatividade da mulher negra na ALMG. Elogiou ainda os eleitores mineiros por escolherem para a Câmara dos Deputados a primeira indígena, Célia Xakriabá (Psol), a primeira trans, Duda Salabert (PDT), e a jovem negra Dandara (PT). “A pluralidade dá pujança à democracia”, defendeu. Para a deputada, essas múltiplas identidades precisam construir outra narrativa para alcançarmos um Estado brasileiro mais justo.
Lamento
Em aparte, a deputada Andréia de Jesus (PT) lembrou a morte de um jovem de 20 anos que passou cinco dias esperando vaga para UTI. Cristiano de Souza caiu dentro do forno de uma carvoaria em São Domingos do Prata (Região Central do Estado) e foi levado para o Hospital Nossa Senhora das Dores, no município, que não tem condições de fazer atendimentos de alta complexidade. A Justiça havia determinado que o Estado providenciasse a transferência dele para uma UTI, mas a ordem judicial não foi atendida, segundo a deputada.
