Com chuva comprometendo logística, preços do conilon avançam no ES, mas produtor ainda é resistente em vender

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O mês de dezembro começou com muita chuva no estado do Espírito Santo. A força da água e o volume significativo trouxe problemas na infraestrutura do estado, impedindo o escoamento de produtos agrícolas para os demais estados da região Sudeste. 

Diante deste cenário, os preços do café tipo conilon no interior do Espírito Santo chegaram a avançar, mas ainda não o suficiente para o produtor fechar mais vendas. A queda das últimas semanas para o café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Future US) também influenciou a queda para o conilon e os negócios estão em ritmo lento há dias. 

“O mercado está firme para o conilon diante da dificuldade logística de escoar a produção, de fazer negócio, o produtor está se abstendo de vender e com isso quem precisa manter os compromissos tem passado por momentos complicados”, afirma Marcus Magalhães, da MM Cafés. 

Segundo as cotações do Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV) o valor do café tipo bica corrida 7/8, com até 13% de umidade e até 5% de broca passou de R$ 527,00 para R$ 615,00, o que representa alta de 16,70% nos últimos 30 dias.

A safra 2022 de café tipo conilon é considerada positiva pelo setor. Os números da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) sinalizam recorde, com acréscimo de 10,3% em relação ao ciclo anterior, estimada em 22 milhões de sacas. No mercado, analistas afirmam que operadores trabalham com uma safra de aproximadamente 24 milhões de sacas. 

“Tem café ainda no interior. O problema é que nós temos café subindo no final do ano, chuva na região produtora dificultando a logística e a virada do ano fiscal daqui 20 dias, então quem tem que vender esperar para janeira para se ter mais 12 meses para administrar o fluxo fiscal da venda”, complementa Marcus. 

Para o especialista, pelo menos até a virada do ano o mercado não deve observar grande liquidez no estado. Para a indústria, que passou a demandar mais do tipo conilon com a quebra de safra no arábica, a lentidão nos negócios também não é positiva, já que o setor aguardava uma queda nos preços para realizar novas comprar após valorização expressiva na matéria-prima nos últimos dois anos. 

Por: Virgínia Alves

Fonte: Notícias Agrícolas

Foto: Canal Rural

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