Colunista | edgarlook – Espaço Memória – HR | OS FILHOS DE HOJE

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Quando meu filho completou quatorze anos, chamei-o e lhe perguntei se queria me ajudar no que estava fazendo, afinal quando eu tinha quatorze anos já era responsável por parte das despesas de meus pais, trabalhando em tudo que pudesse ganhar dinheiro. Achei que uma ajudazinha dele me seria útil e nada demais para ele. Mas respondeu-me que estava muito ocupado com seus afazeres escolares e que não poderia ajudar-me.

Quando ele fez dezesseis anos, chamei-o novamente para que me desse uma mãozinha em algo que fazia. Respondeu-me que não, e acrescentou – preciso resolver muitos detalhes, pois vou concluir o colegial e esse não é o momento. Lembrei-me que aos dezesseis anos publiquei meu primeiro livro e comecei a poder dar uma vida melhor a meus pais.

Quando ele completou dezoito anos, chamei-o para fazer parte de meu escritório, que já era bem movimentado. Não dá – disse ele – estou me esforçando na faculdade e meu curso é bem puxado. Lembrei que quando eu tinha dezoito anos já havia publicado quatro livros e estava com as finanças estabilizadas. E também estudava. Quando ele completou vinte e um anos e terminou a faculdade, pensei: agora ele trabalhará comigo. E lhe fiz uma proposta. – Não – Disse ele -preciso fazer uma boa complementação em meu curso com um mestrado para poder me estabilizar. Lembrei que quando eu tinha vinte e um anos ele nasceu. Aos vinte e cinco anos ele trouxe uma das tantas namoradas para morar conosco, dizendo – Ela está precisando de ajuda, o que ela recebe não dá para sustentar os estudos e o resto. E foram ocupar o quarto de hóspedes. E o pior é que sequer pedem licença, autorização ou dão satisfações de seus atos a quem quer que seja. Somos meros provedores de suas necessidades, e não merecemos nem um ‘muito obrigado’.

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