Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central confirma nesta quarta-feira nova alta da taxa de juros básicos da economia
A elevação da taxa Selic — juros básicos da economia — de
10,75% para 11,75% ao ano, efetivada pelo Comitê de Política Monetária (Copom)
do Banco Central nesta quarta-feira (16), contribui para uma indesejável
desaceleração mais intensa do PIB brasileiro, na avaliação da gerente de
Economia e Finanças Empresariais da FIEMG, Daniela Britto.
“O ritmo e a intensidade dos movimentos de elevação dos
juros impõem ao setor produtivo e à sociedade brasileira um custo muito alto e,
por esse motivo, precisam ser questionados. Há algum tempo convivemos com um
ímpeto inflacionário influenciado por choques de oferta, que tendem a ser
agravados pela mudança do cenário internacional”, pondera ela.
Britto lembra que a guerra no Leste Europeu sujeita o
Brasil e o resto do mundo a novos aumentos de preços dos combustíveis e dos
alimentos. “Ao mesmo tempo, a expansão da Covid-19 em importantes centros
industriais da China resultará em nova desestruturação das cadeias globais de
suprimentos”, alerta.
Inflação
A especialista da FIEMG ressalta que, em um curto período
de tempo, a taxa Selic saiu de 2% para 10,75% ao ano. E, ao mesmo tempo, as
expectativas de inflação parecem estar ainda mais distantes da meta, em sua
visão.
“Cabe refletir: a política monetária restritiva do Banco Central está sendo realmente capaz de realinhar a inflação à meta? À espera de uma resposta, corremos o risco de levar a economia brasileira à recessão em 2022 e em 2023, um cenário inaceitável para a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais”, observa ainda.
Fonte: Jornalismo FIEMG jornalismo@fiemg.com.br