MPF recomenda que três cidades mineiras interditem acesso a cânions de Furnas

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O acesso de pessoas e embarcações devem ser proibidos até que seja realizado um mapeamento geológico da região

Por JOSÉ VÍTOR CAMILO | SIGA PELO TWITTER @OTEMPO

13/01/22 – 19h45

Cânions de Capitólio vão permanecer isolados após acidente para aguardar laudo técnico de segurança – Foto: Cristiano Machado/Imprensa MG

Capitólio e os municípios de São João Batista do Glória e São José da Barra, todos no Sul de Minas Gerais, foram recomendados pelo Ministério Público Federal (MPF) a interditarem temporariamente o acesso de pessoas e embarcações em áreas do lago de Furnas que tenham as mesmas características dos cânios onde ocorreu um deslizamento de rochas, que matou 10 pessoas no último sábado (8).

Conforme o MPF, as interdições deverão vigorar até que um mapeamento geológico da região seja realizado. “Verificando-se os possíveis pontos de risco de novos deslizamentos ou desprendimentos de rochas, com apresentação de laudo ou relatório que ateste a segurança das áreas”, detalha.

Desde a tragédia, Capitólio já inteditou o local do incidente. Com isso, o órgão recomendou que a proibição do acesso aos cânions de Furnas e Cascata D’Água e ao atrativo “Mirante dos Canyons” seja mantida, bem como estendida a outras atrações que tenham sido inteditadas por riscos semelhantes.

O MPF também encaminhou recomendação de teor semelhante à Delegacia Fluvial de Furnas, pertencente à Marinha. A autoridade foi questionada sobre a tragédia e sobre a fiscalização da segurança de navegação no local;

Além disso, a empresa Furnas Centrais Elétricas também foi oficiada e deverá enviar ao MPF o mapa geológico da área e os últimos relatórios de monitoramento.

A procuradora da República Flávia Cristina Tôrres explica que o pedido por informações tem como base o Contrato de Concessão nº 004/2014, celebrado entre a Agência Nacional de Energia Elétrica e Furnas. “Segundo ele, compete à concessionária realizar a gestão dos reservatórios das Usinas Hidrelétricas e respectivas áreas de proteção, sendo o monitoramento do entorno dos reservatórios uma das obrigações decorrentes dessa gestão”, pontua.

Trombas d’água

A recomendação do MPF também abordou a proibição da navegação de turismo em quaisquer áreas do lago quando houver alertas emitidos pela Defesa Civil sobre a ocorrência de tempestades, chuvas intensas e riscos de tromba d’água.

“Essa proibição também valerá até que os planos de ordenamento náutico dos municípios sejam revistos, com o mapeamento dos locais cujo acesso deve ser proibido sob tais condições climáticas, em um trabalho conjunto que deve envolver municípios, Marinha, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, a empresa Furnas Centrais Elétricas, além de representantes das associações de turismo náutico da região e especialistas. Esse trabalho será acompanhado pelo MPF”, finaliza o órgão.

Extraído do Jornal O TEMPO   

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