A Colômbia deve manter sua participação na produção mundial de café, para qual requer aumentar a produtividade para níveis de 21 sacas de café por hectare, de acordo com o diretor geral da Federação Nacional de Produtores de Café (FNC), Roberto Vélez, no 85º Congresso Nacional de Produtores de Café.
De acordo com ele, o objetivo é alcançável, uma vez que existem departamentos como Caldas, Antioquia e Huila, onde a produtividade já está nesses níveis, o que exigirá elevá-la em outros com menor produtividade. Em média, no país, são produzidas 18,7 sacas por hectare até à data.
“Os cafeicultores da Colômbia querem manter sua participação na produção mundial e nas exportações de café. (…) Veria com tristeza que em 10 ou 15 anos alguém diga que perdemos 12% e somos 8% ou 5% da indústria mundial do café “, disse Vélez.
O diretor lembrou, ainda, que o consumo mundial de grãos cresce para níveis de 2 milhões de sacas por ano. “Se você quer ser 12% desse bolo novo, você deve produzir entre 2,5 ou 3 milhões de sacas a mais, o que significaria passar de 14 para quase 17 milhões de sacas (por ano) até 2030”, observou.
“Devemos fazer um esforço no resto do país para chegar a 21 sacas por hectare. Com mais três sacas, em média, temos 2,7 milhões de sacas a mais sem mexer na área de produção de café, simplesmente aumentando a produtividade. (…) O desafio é levar toda a produção colombiana de café aos níveis dos primeiros departamentos produtores”, observou.
Nessa mesma linha, o gerente apresentou brevemente alguns dos principais avanços na colheita assistida para aumentar a produtividade, que no caso das malhas, deixando cair os grãos no solo, aumentam entre 80 e 100% os volumes de colheita.
Vélez recordou o grande eco que, com eventos como o Primeiro Fórum Mundial de Produtores de Café, teve a voz de liderança da Colômbia para que todos os atores da cadeia sejam mais corresponsáveis em melhorar a renda do elo mais fraco, os produtores: “hoje é a Colômbia que tem os olhares das 25 milhões de famílias ao redor do mundo dizendo: ‘o que fazemos, para onde vamos, qual é o caminho, com quem negociamos?, encontramos respostas’, e nós fizemos isso como país.”
Em questões ambientais, o gerente revelou que a indústria cafeeira colombiana absorve muito mais dióxido de carbono (4 milhões de toneladas) do que emite (700 mil toneladas), o que produz um saldo positivo de 3,3 milhões de toneladas.
Avanços na segurança social, educação, desenvolvimento de infraestrutura, agregação de valor à produção de café (com registros de vendas da Buencafé e visitas à cadeia de lojas Juan Valdez), comunicação aos cafeicultores (com novos modelos como “Conversemos com o Gerente , que lhe permitiram ter encontros presenciais com mais de 8 mil cafeicultores) e o crescimento das exportações de pequenas quantidades também foi apresentado pelo Gerente.
Especialista brasileiro prevê estações frias
Durante sua apresentação aos delegados ao Congresso, o professor brasileiro Luiz Carlos Baldicero, da Universidade Federal de Alagoas, destacou a grande influência de fenômenos como El Niño e La Niña no clima e, consequentemente, na cafeicultura.
E explicando que o Sol entrará em um período de menos atividade, pode-se prever para o futuro mais períodos frios que quentes. “Com a variabilidade climática, temos que planejar melhor”, advertiu.
Baldicero convidou para cuidar dos recursos naturais e do meio-ambiente e felicitou os cafeicultores colombianos pelas medidas que estão adotando no assunto.
Fonte: CaféPoint – As informações são da FNC/Juliana Santin
Foto: Lucas Albin/Agência Ophelia