O solstício de inverno no Hemisfério Sul acontece à 00h32 do dia 21 de junho e se estende até 16h21 de 22 de setembro, quando terá início a primavera. A data e horário do início e fim das estações do ano é definida por cálculos astronômicos e não pela Meteorologia.
Nem sempre as alterações características do padrão climático de cada estação coincidem com a mudança astronômica de uma estação para outra. Assim, dizer que o inverno no Hemisfério Sul começa no dia 21 de junho, não significa que grandes e fortes ondas de frio vão dominar o país nas próximas semanas.
Características do inverno no Brasil
Para a maioria das áreas das Regiões Norte e Nordeste, o inverno representa uma marcante redução do volume e da frequência da chuva, mas pouca alteração no padrão de temperatura. Estados como Tocantins, Rondônia, Acre, as porções ao sul do Amazonas e do Pará, e praticamente todo o Nordeste ficam bastante secos e quentes nos meses de inverno. O solo cada vez mais seco facilita a propagação de focos de fogo. Por outro lado, no leste do Nordeste, o inverno é o pico do período chuvoso do ano.
Durante o inverno, algumas frentes frias especiais conseguem atingir a região de Rondônia, Acre e o sul do Amazonas causando a friagem. Este fenômeno é caracterizado por uma acentuada queda da temperatura provocada pela atuação do ar frio de origem polar que vem junto com estas frentes frias.
Algumas frentes frias de inverno são fortes para avançar sobre o Nordeste, em geral causando mudanças no tempo sobre a Bahia, e mais raramente sobre Sergipe e Alagoas.
Para as Regiões Sudeste e Centro-Oeste, o inverno significa a acentuação do padrão seco que teve início no outono. A grande quantidade de dias com pouca nebulosidade é responsável por noites com baixa temperatura e altas taxas de evaporação, o que intensifica a perda de umidade no solo e consequentemente colabora com o cenário propício ao alastramento de fogo das queimadas.
Algumas frentes frias especiais, mas que ocorrem poucas vezes ao longo do inverno, são capazes de produzir chuva em pequenas áreas pelo interior do Sudeste e em locais do Centro-Oeste.
Eventuais episódios de geada são observados em quase todos os invernos em áreas do sul de Mato Grosso do Sul, oeste, sul e leste de São Paulo , no Sul de Minas e nas regiões serranas no Sul do Rio De Janeiro .
Dias com mar agitado e ressaca são comuns no litoral do Sudeste durante o inverno.
O Sul do Brasil é a única Região que tem eventos frequentes de chuva, até de forte intensidade, por causa da passagem de frentes frias. Mas a chuva dura poucos dias e o ar frio e seco predomina na maior parte do inverno, mantendo a Região com baixa temperatura e dias de sol.
Algumas massas de ar frio de origem polar podem ser muito fortes causando resfriamento intenso e geada em áreas dos três estados, inclusive em locais fora das regiões serranas.
Um fenômeno muito esperado no inverno é a queda de neve na Região Sul. Isto acontece pelo menos uma vez no inverno nas áreas mais altas das serras do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Episódios de neve em outros locais destes estados e no Paraná já foram observados, mas são pouco frequentes.
O litoral da Região Sul também tem vários dias com mar agitado e ressaca durante o inverno.
El Niño/La Niña – Oscilação Sul (ENOS)
O fenômeno ENOS, abreviatura para El Niño /La Niña – Oscilação Sul , importante modulador do regime de chuva sobre o Brasil, atualmente se encontra em neutralidade, de acordo com a agência norte-americana NOAA – Administração Nacional Oceânica e Atmosférica. Esse cenário deve permanecer até o início da próxima primavera. A fase neutra do ENOS não influencia o Clima brasileiro.
Previsão para o inverno 2021 para as Regiões do Brasil
REGIÃO SUL
O inverno começa com temperatura alta na faixa norte da Região (PR), mas com o passar das semanas a frequência de massas de ar polar vai aumentando e o frio vai ganhando força. A previsão indica temperaturas inferiores ao que normalmente se observa para o período. A chuva será frequente, como é comum nesta época. Porém os volumes devem ficar abaixo da média histórica.
REGIÃO SUDESTE
Assim como em 2020, o inverno de 2021 tende a ser mais quente que a média no Sudeste do país. Apesar disso, algumas massas de ar frio são esperadas ao longo da estação, derrubando a temperatura especialmente entre SP e o Sul de Minas. São esperados dias de sol forte e temperatura alta para a época do ano intercalados com entradas de massas de ar polar. O frio não deve ser persistente e logo o sol volta a aparecer. É o período seco na maior parte da região e a chuva ainda deve ficar abaixo da média.
REGIÃO CENTRO-OESTE
A maior parte dos dias durante o inverno será de tempo aberto, com sol forte e temperaturas altas, como é comum na região. É o período seco, então a chuva já não é esperada. Apenas no MS ainda ocorrem algumas pancadas de chuva pela influência de frentes frias mais continentais. Algumas massas de ar frio conseguem chegar até as capitais de MS, MT e poucas conseguem chegar a Goiânia e Brasília , onde a temperatura fica bastante estável ao longo da estação. Há risco para ocorrência de eventos de geada no MS, mas no sul de GO é menos provável.
REGIÃO NORDESTE
A chuva ainda é frequente na costa leste e norte da região no início da estação, mas diminui de intensidade com o passar dos meses. Há indicações de que as chuvas fiquem abaixo da média, principalmente entre o Rio Grande do Norte e Paraíba. O calor também aumenta ao longo do período, especialmente na faixa mais ao sul, onde a temperatura deve ficar acima da média histórica. No interior, o tempo seco e quente predomina e não há expectativa de chuva.
REGIÃO NORTE
No geral, a região apresenta chuva acima da média, embora o volume de chuva não seja muito significativo, pois é de se esperar um trimestre mais seco. Especialmente no extremo norte a chuva é bem regular, com volumes elevados para a época do ano. No centro-sul, o tempo seco predomina, com vários dias de sol, tempo aberto e temperatura até acima da média.
Durante o inverno de 2021, poucas massas de ar frio conseguem chegar ao sul da região e provocar eventos de friagem em RO, no AC e no sul do AM.
Sobre a Climatempo
Com solidez de 30 anos de mercado e fornecendo assessoria meteorológica de qualidade para segmentos estratégicos, a Climatempo é sinônimo de inovação. Foi a primeira empresa privada a oferecer análises customizadas para diversos setores do mercado, boletins informativos para meios de comunicação, canal 24 horas nas principais operadoras de TV por assinatura e posicionamento digital consolidado com website e aplicativos, que juntos somam 20 milhões de usuários mensais.
Em 2015, investiu na instalação do LABS Climatempo, no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP), que atua na pesquisa e desenvolvimento de soluções para tempo severo, energias renováveis (eólica e solar), hidrologia, comercialização e geração de energia, navegação interior, oceanografia e cidades inteligentes. Em 2019, a Climatempo passou a fazer parte do grupo norueguês StormGeo, líder global em inteligência meteorológica e soluções para suporte à decisão, e dois anos depois, em 2021, uniu-se à Somar Meteorologia, formando a maior companhia do setor na América do Sul. A fusão das duas empresas impulsiona a Climatempo a ser protagonista global de fornecimento de dados e soluções para os setores produtivos do Brasil e demais países da América Latina, com capacidade de oferecer informações precisas de forma mais ágil e robusta.
O Grupo Climatempo segue presidido pelo meteorologista Carlos Magno que, com mais de 35 anos de carreira, foi um dos primeiros comunicadores da profissão no país.
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