A busca pela origem do novo coronavírus necessita de esforços globais

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Entrevista exclusiva com o virologista, professor associado, Dr. Kitazato Kaio da Universidade de Nagasaki

PEQUIM, 27 de abril de 2020 – /PRNewswire/ — Uma reportagem da Science and Technology Daily:

A COVID-19 se alastrou em mais de 200 países e regiões, o que causa um número crescente de infectados dia após dia.

O Dr. Kitazato Kaio, professor associado da Universidade de Nagasaki no Japão, está bastante preocupado com essa pandemia. Em uma entrevista com o repórter da Science and Technology Daily, ele fez uma análise detalhada em termos das características da transmissão do vírus, a natureza científica e de longo prazo do rastreamento do vírus, os resultados obtidos pelos cientistas chineses e solicitou uma operação conjunta global.

As características da transmissão do novo coronavírus e principais causas da pandemia global 

O Dr. Kitazato Kaio concluiu que, com base em vários relatórios de pesquisas de todo o mundo, esse novo coronavírus tem várias novas características relevantes, comparado com os SARS-CoV e MERS-CoV anteriormente descobertos.

Primeiramente, a proteína de sua parte externa (proteína S) do novo coronavírus é a proteína que envolve a superfície, responsável pela entrada das partículas do vírus dentro de suas células infectadas, que é a angiotensina humana de conversão da proteína de ligação enzima 2 (ACE2). A proteína S do novo coronavírus se liga à sua ACE2 receptora da célula com uma afinidade que é de 10 a 20 vezes mais alta do que a da proteína S da SARS-Cov. A alta afinidade da proteína S com a receptora mostra que as partículas do vírus têm uma forte ligação com as células e é fácil infectar as células.

Como o vírus infeccioso encapsulado, tal como o vírus da influenza, o novo coronavírus tem a característica da dependência de protease no processo infeccioso de invadir as células infectadas. A própria proteína S é uma proteína precursora e não tem nenhuma atividade de fusão celular. Ela é somente clivada em dois fragmentos de proteínas S1 e S2 através da protease da célula hospedeira. Depois da exposição do peptídeo de fusão (PF) responsável pela fusão da membrana celular no fragmento S2, a proteína S é ativada e as partículas do vírus podem fundir-se com a membrana da célula infectada, invade a célula e completa seu processo infeccioso.

A segunda característica do novo coronavírus é que a sua proteína S tem local de clivagem de protease furina entre S1 e S2 a qual não existe no SARS-CoV ou no MERS-CoV. A protease furina é uma protease onipresente nas células humanas. Quando as partículas do novo coronavírus são reunidas e liberadas das células humanas infectadas, a proteína S do vírus foi clivada dentro do estado ativado do S1 e S2 pela protease furina nas células. E suas partículas de vírus já tiveram uma forte infecção celular e atividade de fusão da membrana, o que torna a eficiência da infecção do novo coronavírus quase 1.000 vezes mais alta do que do SARS-CoV.

No final, as características estruturais da proteína S do novo coronavírus determinam sua habilidade de infectar as células e se replicar rapidamente. Portanto, a pessoa que está infectada pode liberar uma enorme quantidade de partículas altamente infecciosas do vírus no estágio inicial da infecção antes que os sintomas sistêmicos apareçam. A infectividade mais forte do que o vírus da influenza é a principal razão de o novo coronavírus ser pandêmico no mundo.

A busca pelo vírus é uma séria questão científica, a qual precisa ser apoiada por claras provas científicas 

O Dr. Kitazato Kaio disse que o coronavírus pode ser classificado em quatro gêneros: α, β, γ e δ. γ e δ infectam principalmente pássaros, enquanto α e β infectam principalmente mamíferos. O novo coronavírus está classificado no grupo β. Os hospedeiros naturais originalmente são provavelmente os morcegos. Também foi relatado que vírus similares foram encontrados em pangolins, cobras e outros animais selvagens.

Atualmente, a rota da infecção permanece uma dúvida para o público. O novo coronavírus infecta as pessoas através de hospedeiros intermediários ou simplesmente infecta as pessoas diretamente a partir de reservatório natural, os quais estão ambos sendo pesquisados rigorosamente. Portanto, a busca pelo vírus, a procura por hospedeiros intermediários, e a pesquisa sobre a transmissão dos vírus para as pessoas são os passos importantes para cortar completamente a disseminação do vírus.

Este é um assunto científico muito sério, o qual precisa ser apoiado por provas científicas sólidas. A solução para essa crise exige os esforços conjuntos de cientistas de todo o mundo.

A análise de anticorpos séricos em pacientes com casos suspeitos de influenza pode fornecer pistas para a busca da origem do vírus

O Dr. Kitazato Kaio acredita que os recordes contínuos de pragas na história humana indicam que novos vírus poderiam invadir as pessoas a partir de outros organismos. Com o surgimento do novo vírus, é impossível prevenir efetivamente a infecção através do sistema imunológico pela razão de que o corpo humano não tem imunidade específica. O vírus continuará a se espalhar e replicar seus “filhotes” na multidão. Somente até que a maioria das pessoas esteja imune ao vírus, poderemos conter com sucesso o desenvolvimento da pandemia.

A maneira mais efetiva para os seres humanos lidarem com a infecção por vírus emergentes é a pesquisa e desenvolvimento de vacinas. Antes de atingir o objetivo de criar imunidade, todos estão suscetíveis ao vírus e ninguém pode estar fora da possível infecção.

O sistema imunológico tem uma função de memória para a infecção de patógenos que invadem o corpo. Com a atual tecnologia, desde que anticorpos no sangue sejam detectados, é possível analisar a experiência passada de infecção de vários patógenos.

Se os anticorpos séricos de casos clinicamente suspeitos de influenza e outros pacientes forem amplamente analisados no futuro, isso ajudará a fornecer pistas para encontrar a fonte das infecções pelo novo coronavírus.

Cientistas chineses bem preparados contra novos desafios 

No estágio inicial da epidemia, os médicos e cientistas chineses isolaram de forma eficiente o vírus no tempo mais curto e analisaram a sequência completa do genoma do vírus. Além disso, a China tem divulgado oportunamente informações sobre a COVID-19 para o resto do mundo desde o início da epidemia, informando à comunidade internacional sobre o surgimento da COVID-19.

Isso demonstra o desempenho profissional e o senso de responsabilidade dos cientistas chineses para com a saúde pública, e lança uma base sólida para o público enfrentar novos desafios juntos.

Adicionalmente, para conter rapidamente a disseminação da epidemia, o governo chinês tomou medidas estritas e completas de prevenção e controle, incluindo fechamento total de cidades para conter o vírus e proteger os cidadãos. Esses esforços e sacrifícios da China ganharam tempo precioso para o mundo lutar em conjunto contra a epidemia, e foram altamente apreciados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e por especialistas relevantes de vários países.

“Operação global conjunta” é essencial para conter com sucesso a COVID-19

Quando a COVID-19 ocorreu em seus primeiros estágios, os países de todo o mundo deveriam estar vigilantes com todos os tipos de preparos. Entretanto, alguns políticos falharam em tomar medidas positivas para prevenir a disseminação da pandemia em seus próprios países, o que levou à disseminação por todo o mundo. Eles fizeram tentativas perigosas para politizarem a COVID-19, jogando uma sombra sobre nossa luta conjunta contra nosso inimigo comum.

A pandemia do novo coronavírus, tida como um desafio que ocorre uma vez em cada século, está cobrando um alto custo em termos de vidas humanas e saúde, e apresentando desafios para o sistema de gerenciamento político, econômico e nacional.

A COVID-19 apresenta uma grande ameaça para a vida humana e para a saúde. A pandemia não distingue o país, raça, gênero, idade ou posição social. Todos os países deveriam dar as mãos para lutarem contra a COVID-19 com nossa sabedoria global e força científica quando confrontados pelo nosso inimigo comum. Somente com solidariedade e cooperação poderá a comunidade internacional prevalecer sobre a pandemia e salvaguardar a pátria comum da humanidade.

O Dr. Kitazato Kaio lembra que a COVID-19 pode aparecer novamente a qualquer tempo antes de uma vacinação generalizada. A comunidade humana deveria fazer ativamente planos de apoio para lidar com tais possíveis surtos sem afetar o desenvolvimento normal da sociedade.

 Fonte: Science and Technology Daily –

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