Programa visa incentivar a produção de cafés especiais dos cooperados, garantindo vantagens no mercado e com direito a premiação
No dia 24 de abril, em Guaxupé, e no dia 30, em Monte Carmelo, a Cooxupé lançou para seus cooperados o Especialíssimo, dando um novo nome ao programa já existente da cooperativa desde 2016. Para a safra deste ano, os cooperados que produzirem café acima de 83 pontos terão condições de participar e concorrer a uma premiação em dinheiro e ainda integrar o Café Safra Especial 2019, produzido pela Torrefação Cooxupé. No total, serão 50 lotes selecionados (35 de Natural e 15 de Cereja Descascado), representando uma premiação geral de quase R$ 190 mil.
De acordo com o presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, é importante valorizar o esforço dos cooperados em melhorar cada vez mais suas safras. “Nosso objetivo é valorizar e incentivar cada vez mais os produtores rurais que têm se dedicado a produzir cafés cada vez melhores, em busca de conquistar o mercado internacional”, explica.
No lançamento, o vice-presidente da Cooxupé, Osvaldo Bachião Filho, fez a apresentação do programa, explicando que o café que entrar na cooperativa, passará pela classificação e ao ser identificado acima de 83 pontos será encaminhado à SMC – Especialty Coffees, que uma vez comprovadas as características de café especial, posteriormente fará o contato com o cooperado. Vale lembrar que todo o processo de classificação é feito às cegas, a identificação do lote só ocorre no momento do contato ao produtor.
Na prova cega, entre os pontos avaliados, os classificadores analisam atributos do café como acidez, doçura, corpo, balanço e retrogosto e aromas como frutados, enzimáticos, caramelados e florais. A amostra precisa ter no mínimo 5 quilos.
Segundo o vice-presidente, para participar o café deve estar depositado na Cooxupé ou na SMC até o dia 21 de setembro deste ano; estar com o CAR atualizado e ter fidelidade mínima de 75% na cooperativa. Boas práticas de produção e participação no questionário de sustentabilidade também são consideradas. Outros critérios exclusivos do programa são que o produtor deve ser cooperado e não pode fazer parte dos Conselhos ou ser colaborador da Cooxupé.
Os cooperados que tiverem dúvidas sobre como participar do Especialíssimo podem consultar um representante do núcleo mais próximo.
Premiação
Numa festa de encerramento prevista para acontecer no final do ano, o lote campeão do Especialíssimo será premiado no valor de R$ 25 mil. Os segundo e terceiro lugares ganharão R$ 20 mil e R$ 15 mil respectivamente. Para o quarto lugar a premiação é R$ 10 mil; quinto lugar R$ 9 mil; sexto lugar R$ 8 mil; sétimo lugar R$ 7 mil; oitavo lugar R$ 6 mil; nono lugar R$ 5 mil; e décimo lugar R$ 4 mil. Quem ficar entre o 11º e 50º lugares a premiação será de R$ 2 mil para cada.
Palestra
Ainda no lançamento do programa, os cooperados assistiram à palestra do professor Flávio Meira Borém, da Universidade de Lavras, que passou aos produtores uma imagem mais ampla sobre como o mundo enxerga os cafés especiais, e como este mercado é, cada vez mais, promissor.
Borém também falou sobre o fato da qualidade do café ser um fenômeno de alta complexidade. “A qualidade do café está ligada ao genótipo e ao método de processamento. Não adianta simplesmente achar que tem clima e solo se não há material genético capaz de produzir alta qualidade. O produtor precisa saber o processamento mais adequado para cada tipo de genótipo e para cada tipo de ambiente. Já existem dados que comprovam que dependendo da variedade e da altitude, o processamento com cereja descascado resulta em maior pontuação. A mesma situação acontece com o natural. Atualmente não existe um processamento que resulta em um melhor café, mas sim o processamento mais adequado para cada variedade, em cada ambiente. Se no programa da Cooxupé o produtor entrar com lote de natural e cereja descascado, é válido pensar nesta informação”, aconselhou. O palestrante ainda explicou o que é um café especial. Segundo ele, a característica mais importante é o que está na xícara. “Pode ter diversos outros atributos, mas os sabores identificados na xícara é que definem o café especial. É o conjunto destes atributos que define a pontuação do café após a avaliação sensorial. Características físicas também são importantes, assim como origem e certificação”, declarou.