Deputados participam de reunião sobre tragédia em Brumadinho

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Nesta sexta (8), moradores do município impactados pelo rompimento de barragem da Vale no último dia 25 foram ouvidos

Moradores presentes destacaram não só a dor causada pela perda de parentes e amigos, mas também a insegurança com relação ao futuro – Foto: Willian Dias

O 1º-vice-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Antonio Carlos Arantes (PSDB), as deputadas Beatriz Cerqueira (PT) e Andreia de Jesus (Psol), além de integrantes da Comissão Externa das Barragens da Câmara dos Deputados, do Senado, do Ministério Público e da Defensoria Pública participaram, nesta sexta-feira (8/2/19), de reunião da Câmara Municipal de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

Eles ouviram moradores da cidade, entre os quais produtores rurais, que foram impactados por rompimento de barragem de rejeitos de minério da Mineradora Vale, no último dia 25 de janeiro.

Antonio Carlos Arantes enfatizou os três pedidos recebidos pelo Parlamento mineiro para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a mineração. Ele destacou que, com os trabalhos dessa CPI, será possível fazer cobranças à empresa.

O parlamentar também ressaltou que continua a tramitar na Assembleia nesta legislatura o Projeto de Lei (PL) 3.676/16, de autoria da Comissão Extraordinária das Barragens, criada justamente em virtude do rompimento, em 2015, da Barragem de Fundão, da Samarco, empresa controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton, em Mariana (Região Central do Estado).

Essa proposição, que aguarda parecer na Comissão de Administração Pública, estabelece regras mais rígidas para o licenciamento de barragens de rejeitos de mineração.

Marco regulatório – Segundo o deputado federal Zé Silva (SD-MG), que coordena a Comissão Externa das Barragens da Câmara dos Deputados, estão sendo colhidas informações para a elaboração de um novo marco regulatório da mineração. Em sua opinião, a legislação de 2010 precisa ser aprimorada.

Os moradores presentes destacaram não só a dor causada pela perda de parentes e amigos, mas também a insegurança com relação ao futuro com a falta de infraestrutura e a possibilidade de que os empregos desapareçam na região. Eles denunciaram que a zona impactada extrapola as três comunidades próximas ao rompimento e reclamaram da ausência de representante da Vale na atividade.

Em seguida à reunião, o deputado Antonio Carlos Arantes e outras autoridades visitaram o Centro de Operações, que coordena as buscas por vítimas e está funcionando da Faculdade ASA, no município.

Histórico – A avalanche de lama decorrente do rompimento da barragem em Brumadinho atingiu a área administrativa da Vale, bem como comunidades próximas, causando dezenas de mortes e devastação. A Defesa Civil de Minas Gerais contabilizou, até a tarde desta quinta-feira (7), 157 mortos, e 182 pessoas continuavam desaparecidas. Além da perda de vidas humanas, a lama atingiu o Rio Paraopeba.

Há pouco mais de três anos, o rompimento da barragem em Mariana culminou na morte de 19 pessoas naquele que é considerado o maior desastre ambiental da história do Brasil. O Rio Doce foi afetado, tendo fauna e flora aquáticas comprometidas em Minas Gerais e no Espírito Santo, e os rejeitos de minério chegaram ao Oceano Atlântico.

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