6º Fórum Café e Clima: condições meteorológicas da safra 2024/2025

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Período vegetativo do cafeeiro contou com condições favoráveis, mas o reprodutivo foi marcado por temperaturas elevadas e chuvas irregulares

A planta de café possui um ciclo fenológico bem definido. De acordo com a Embrapa, a primeira fase é a vegetativa e a segunda reprodutiva. Depois acontece o florescimento e a frutificação. Em seguida, a maturação, até chegar à colheita. Dessa forma, uma safra colhida começa ser gerada a dois anos antes, sempre dependendo das condições meteorológicas e dos tratos culturais do produtor.

Para discutir sobre o tema, a Cooxupé promove o 6º Fórum Café e Clima. O encontro será realizado no dia 31 de julho, das 14h às 17h, na matriz da cooperativa, em Guaxupé (MG). Ademais, haverá transmissão ao vivo, on-line, pelo Hub do Café e pelo canal da Cooxupé no YouTube.

Durante o evento, pois, terá uma palestra de Guilherme Vinícius Teixeira, engenheiro agrônomo do Departamento de Geoprocessamento da cooperativa. Na ocasião, ele vai falar sobre as condições meteorológicas ocorridas na safra 2024/2025 e suas consequências nas regiões cafeeiras da Cooxupé.

Condições meteorológicas
Segundo Teixeira, a cultura do café é dividida em duas fases fenológicas: período vegetativo e reprodutivo, que acontece em dois anos. “A safra de 2024, que está sendo colhida agora, começou a ser gerada em 2022. Isso em julho e agosto, quando começam as primeiras chuvas, proporcionando condições meteorológicas favoráveis à retomada das condições fisiológicas para o desenvolvimento das plantas”, explica.

Nesse sentido, o período vegetativo desta safra apresentou condições favoráveis, com bom crescimento e desenvolvimento vegetativo. Houve períodos de volume de chuva favoráveis, outros abaixo da média histórica. Porém, não impactando no desenvolvimento vegetativo. E, no meio do caminho, registraram temperaturas médias e também maiores. Como consequência dos momentos de pouca chuva, houve redução do armazenamento de água e registro de déficit hídrico, que é um indicador que as plantas passaram sede.

“Entretanto, no geral, foi um bom período. As lavouras vegetaram, cresceram ramos e nós, onde estão as gemas que darão as flores. E as flores dão origem aos frutos”, resume o engenheiro.

Período reprodutivo
Já o período reprodutivo começou em julho e agosto de 2023, com o início das primeiras chuvas do ano agrícola e temperaturas dentro da média. Que, por consequência, estimularam a abertura das primeiras flores. Em seguida, em setembro, outubro, novembro e dezembro de 2023 ocorreram temperaturas acima da média histórica, com picos térmicos. Resultando, afinal, em estresse térmico para a planta e comprometimento da fase de desenvolvimento dos frutos. Durante o período, as precipitações registradas na área de monitoramento da Cooxupé foram irregulares, característica do fenômeno El Niño.

“As plantas submetidas a estresse térmico, ao invés de usar energia para o enchimento do grão e desenvolvimento vegetativo para safra 2025, tiveram que ativar mecanismos fisiológicos com objetivo de passar o período de estresse. Resultando, assim, em um maior consumo de energia e fotoassimilados, comprometendo a formação do fruto. E impactando diretamente na redução da peneira (tamanho do fruto) na presente safra”, detalha Teixeira.

Em síntese, entre janeiro e junho deste ano, aconteceram chuvas irregulares, abaixo da média, e persistência de temperaturas acima da média histórica. Ainda observaram redução no armazenamento de água no solo e elevado déficit hídrico para o período. Que, por consequência, os frutos aceleraram a fase de maturação, chegando rapidamente a frutos secos. Também trazendo, por fim, atenção para a fase vegetativa que originará a safra 2025.

Recomendações
De acordo com o engenheiro agrônomo da Cooxupé, é necessário ter alguns cuidados no manejo durante os períodos vegetativo e reprodutivo da planta. Isso para garantir a produtividade e qualidade do café. Portanto, os cooperados precisam ter um sistema harmônico, adubação equilibrada e correção do solo. Além de manejo fitossanitário no controle de pragas e doenças, o ideal é desenvolver práticas ligadas à agricultura regenerativa.

“Seguindo essas recomendações, as plantas ficam robustas para passarem por momentos de estresse climático, caso aconteçam. Além disso, o sistema de irrigação é uma boa ferramenta para suprir necessidades hídricas em períodos de temperaturas altas e estiagem”, complementa Teixeira.

Programe-se
6º Fórum Café e Clima da Cooxupé

Data: 31 de julho

Horário: a partir de 14h

14h: Abertura com a Diretoria Executiva da Cooxupé

14h15: Palestra de Guilherme Vinícius Teixeira, engenheiro agrônomo do Departamento de Geoprocessamento da Cooxupé. Tema: “As condições meteorológicas ocorridas na safra 2024/2025 e suas consequências nas regiões cafeeiras da cooperativa”.

15h00: Palestra de Marco Antônio dos Santos, agrometeorologista da empresa Rural Clima, sobre as previsões climáticas para a safra 2025 e como se prevenir da La Niña.

15h40: Palestra do Prof. Dr. José Donizete Alves, docente da Universidade Federal de Lavras (UFLA), sobre os impactos do clima adverso na fisiologia do café, além de análise da safra 2024 e perspectivas para 2025.

16h20: Debate

17h00: Encerramento

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Por: Hub do Café

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